MISSÃO DE GUERRA – Alagoano é contratado para treinar militares no Iraque

Nada de França, Egito, Austrália ou Indonésia. O sonho de viagem de Roberto Alves Cavalcante Júnior, de 47 anos, é o Iraque, país do Oriente Médio sempre destaque quando o assunto é guerrilhas e tensões políticas e religiosas. Para se ter uma ideia, na primeira semana deste ano, a notícia sobre o país que circulou na imprensa é quanto a dois drones armados que foram abatidos por militares americanos. Os dispositivos aéreos apontavam contra tropas da coalizão antijihadista radicadas no aeroporto de Bagdá, capital iraquiana. Mas o que o maceioense irá fazer nesse país tão conturbado?

A resposta é direta e simples: ajudar no treinamento de militares. “Pisar em um país como o Iraque é mais do que uma realização pessoal”, contou ao A Notícia. Júnior já conhece países vizinhos, como Líbano e Turquia, onde também realizou esse tipo de serviço, que é de ensinar técnicas de tiros, manuseio correto de armas e como usá-las a fim de garantir seu máximo aproveitamento. E uma curiosidade: apesar de sua destreza com armamento, Júnior sequer passou pelo Exército brasileiro.

A paixão por armas começou quando ele assistia curioso o pai limpando sua própria arma. O interesse foi aumentando com o decorrer do tempo, até se tornar um dos homens mais capacitados do país. Já passou pelo funcionalismo de Alagoas trabalhando em presídios ajudando no combate a rebeliões. Sobre esse tempo, alertou: “muitas vezes, a imprensa não tem ideia do que se passa lá dentro”. “Sou mestre em Taekwondo, instrutor em Krav Maga e praticante de Jiu-jitsu. Fiz parte do Sistema Penitenciário por quase duas décadas atuando por 12 anos como membro do Gap – Grupo de Ações Penitenciárias”, destacou.

Hoje, o alagoano é representante e instrutor da European Security Academy – Esa (euseca.com) no Brasil, função que exerce há quatro anos. “Então, a empresa nos contrata para ministrar cursos ao redor do mundo, bem como trabalhos de proteção à pessoas em ambientes hostis e zona de guerra”, detalhou. European Security Academy, traduzindo para o português, significa Academia Europeia de Segurança. A instituição foi criada em 2008 por Andrzej Bryl como o Centro de Treinamento Especial que fornece serviços de treinamento no âmbito de proteção pessoal, proteção marítima, proteção em um ambiente de alto risco, primeiros socorros e tiro. A sede da empresa é na Polônia.

Quanto ao Iraque, Júnior dá mais detalhes sobre o que irá fazer naquele país. “Fui contratado neste momento para ministrar o Curso PSD – Personal Security Academy, para uma equipe de militares que irá fazer um trabalho em conjunto em um local”. Ele também carrega em seu currículo outras conquistas: foi instrutor da Escola Penitenciária de Alagoas por seis anos; instrutor credenciado da Polícia Militar; instrutor de armamento e tiro; ministrou cursos no Brasil em diversas disciplinas táticas para as forças de segurança do Brasil, inclusive as especializadas, como Bope e outras; ministrou cursos pela European Security Academy para Exército da Ucrânia e para Polícia Federal mexicana; treinou o Sistema penitenciário mexicano e também quatrp equipes especiais libanesas, bem como outras instituições. “Ainda estive a trabalho em países como México, Líbano, Polônia, Peru, Paraguai, Colômbia, Turquia, Coreia do Sul”, contabilizou.

Enquanto o leitor lê essa matéria, Júnior deve estar chegando em terras iraquianas. E a família, como é que fica? “A família já está acostumada com tantas viagens, mas ainda sente um pouco de receio, pois Oriente Médio é de altíssimo risco. Porém, sinto orgulho de representar Alagoas e o Brasil no Iraque”.

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