LUTO NA POLÍTICA – Morre o ex-deputado federal João Lyra, mais uma vítima da covid-19

Morreu hoje, 12, em um hospital particular de Maceió, o ex-deputado federal e usineiro falido do Grupo JL, João Lyra, pai da socialite Thereza Collor e da ex-vice-prefeita de Maceió Lourdinha Lyra.

Ele era também irmão do empresário Carlos Lyra, que faleceu em agosto de 2017. João Lyra passou por complicações respiratórias causadas pelo novo coronavírus.

Bacharel em Direito pela Universidade Federal de Alagoas, foi advogado e empresário do setor sucroalcooleiro sendo fundador e presidente do Grupo João Lyra.

O grupo empresarial controlado por João Lyra empregou 17 mil pessoas no estado de Alagoas e um total de 26 mil, somando seus empregados em Minas Gerais.

A história da queda de Lyra começa em 2006, quando o atual deputado gastou parte da sua fortuna em uma campanha pelo comando do governo de Alagoas. Desde então as dívidas do usineiro começavam a se acumular e as cobranças judiciais se amontoavam no departamento jurídico do grupo.

Queda da Laginha

Na época, Lyra ainda gozava de prestígio de coronel e, apesar de ter perdido a eleição para governador, em 2006, e cerca de R$ 60 milhões que gastou com a campanha, conseguiu usar sua influência para protelar as ações de cobranças, em vez de negociá-las.

Para continuar mantendo seu alto padrão de vida, e as empresas em funcionamento, Lyra iniciou uma estratégia de calotes em série contra bancos privados, tanto estrangeiros como nacionais, e também entidades públicas. A cada ano e período de entressafra da cana-de-açúcar, seu grupo entrava com pedidos de empréstimos em diferentes bancos.

Conseguiu abocanhar quase R$ 1 bilhão de pelo menos três instituições estrangeiras (um banco francês, um belga e um inglês), além do Banco do Nordeste, Bradesco e até do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). Mas o usineiro, mesmo com o lucro da safra, deixou de pagar os empréstimos.

Quando pressionado, renegociava a dívida. Fez isso ao menos seis vezes, segundo o processo de falência do Grupo João Lyra. Em 2010, a situação chegou ao limite. Os bancos estrangeiros, credores rurais e funcionários com salários atrasados decidiram cobrar a dívida de Lyra.

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