TAXA ZERO: MP deflagra operação para desarticular quadrilha que lesa banco com a compra de veículo

Estelionatários, fraudadores, falsificadores esquematizados na compra e venda ilícitas de veículos são os alvos da “Operação Taxa Zero”, do Ministério Público do Estado de Alagoas (MPE/AL), por meio do Grupo de Atuação Especial de Combate às Organizações Criminosas (Gaeco), e do Batalhão de Polícia Rodoviária (BPRv), desencadeada na madrugada desta sexta-feira (6), nos municípios de Maceió, Marechal Deodoro e São Miguel dos Campos. Ao todo, foram expedidos pela 17ª Vara da Capital nove mandados de prisão e mais 12 de busca e apreensão.

O GAECO, o serviço de inteligência do BPRV e o Núcleo de Gestão da Informação (NGI) do Ministerio Público Estadual são os responsáveis pelas investigações, iniciadas em meados de junho de 2019, e que chegaram ao grupo criminoso chefiado por uma empresária e proprietária de um bistrô, de nome Daniela. Ela, o marido Valtemir e o filho Daniel são os cabeças do esquema que envolve a compra de veículos novos (zero quilômetro) utilizando os financiamentos do Banco Volkswagen.

O Departamento de Trânsito de Alagoas (Detran/AL) deu suporte às investigações fornecendo informações relevantes para a descoberta do esquema criminoso. A operação conta com a participação de guarnições do Batalhão de Radiopatrulha (BPRp)Capitão Rodrigo Rodrigues (RP).

Esquema

A quadrilha, que também teria como sócios mais três pessoas identificadas como Letícia, Frederico Barros e Alysson descobrira uma falha no sistema de financiamento do Banco Volkswagen e começou a colocar em prática o seu plano criminoso.

De posse de informações privilegiadas, e o banco dando oportunidade para qualquer cidadão adquirir seu veículo zero quilômetro financiado, os estelionatários conseguiam efetuar a compra para eles e também para terceiros, preferencialmente os modelos Amarok, Polo e T-Cross. Letícia, Frederico e Barros cooptavam clientes para Daniela.

Para garantir a aquisição dos veículos, a quadrilha falsificava documentos e, de forma fraudulenta, conseguia descontos e lograva êxito. Um contador, identificado como Abelardo, é quem dá suporte à quadrilha na falsificação de documentos.

Em São Miguel dos Campos, dois vendedores, identificados como Lucivaldo e Mônica, facilitavam a aquisição dos veículos para o grupo criminoso. A recompensa seria receber, além da comissão, propina de Daniela para facilitar as investidas. Por venda, o lucro estimado era de R$ 2 a 6 mil reais e o valor variava de acordo com a titularidade do proprietário. Se o comprador fosse colocar o veículo em seu nome, era um preço, se fosse em nome de terceiros mudava.

Após as compras dos veículos, os criminosos revendiam para terceiros por preços considerados irrisórios, esquema conhecido popularmente como ‘carro de estouro’. Os veículos modelo Gol, por exemplo, eram revendidos entre R$ 6mil e 10 mil, enquanto os modelos Polo e T-Cross a R$ 40 mil. Já as caminhonetes modelo Amarok eram repassadas pelo valor de R$ 60 mil. (MPAL)

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