AÇÃO NACIONAL: Operação Flash Back já prendeu mais de 80 integrantes do PCC em todo país

A Secretaria de Segurança Pública de Alagoas juntamente com o Ministério da Justiça e Segurança Pública, Ministérios Públicos Estaduais e o Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas (GNCOC) realizaram nesta quarta-feira (27) uma coletiva de imprensa para detalhas a Operação Flashback, que foi deflagrada durante a madrugada em Alagoas e outros sete estados.

A primeira fase da operação, em abril de 2019, teve inicio em Alagoas e, após grande trabalho de investigação, passou a envolver mais sete estados do Brasil. Foram expedidos 110 mandatos de prisão, que foram cumpridos nos em Alagoas, Tocantins, Pernambuco, Sergipe, São Paulo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul e Paraná.

Os alvos da operação pertencem ao Primeiro Comando da Capital (PCC), que comanda rebeliões, assaltos, sequestros, assassinatos e narcotráfico em todo o país, desde 1993. Com uma hierarquia própria, os integrantes da facção que estão fora dos presídios obedecem a ordens dos líderes, que estão no Sistema Prisional e financiam o crime organizado.

A Operação Flashback, que ainda está em andamento, já realizou a prisão de 81 envolvidos diretamente com a facção criminosa. Alguns deles serão transferidos para presídios federais. Dos 66 mandados de prisão expedidos em Alagoas, até o início da tarde desta quarta-feira, 49 prisões foram contabilizadas nas cidades de Arapiraca, Girau do Ponciano, Igreja Nova, Japaratinga, Maceió, Penedo, Rio Largo, Santana do Ipanema. Um dos alvos atirou contra os policiais, que revidaram à injusta agressão. Ele não sobreviveu. Já em Sergipe, outro alvo da operação também faleceu por ter reagido ao cumprimento do mandado e atirado contra as equipes policiais.

Participaram da operação em Alagoas equipes do Batalhão de Operações Especiais (Bope), Radiopatrulha (BPRp), Batalhão de Trânsito (BPTRan), Batalhão Rodoviário (BPRv), os 3º, 5º, 6º, 7º e 11º Batalhões, 3ª e 4ª Companhias Independentes, Grupamento Aéreo, Delegacia Regional de Arapiraca, Divisão Especial de Investigações e Capturas (DEIC), Tigre, Asfixia e Operação Policial Integrada Litorânea (Oplit).

Já nos outros estados do país, os Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaecos) dos Ministérios Públicos de Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, São Paulo, Tocantins e Sergipe atuaram em cooperação com o MP alagoano.

Em Pernambuco, houve colaboração da Polícia Civil, através da Diretoria de Inteligência (DINTEL). Em Sergipe, colaboraram a Secretaria da Segurança Pública (SSP/SE) e o Comando de Operações Especiais da Polícia Militar (COE/PMSE). Em São Paulo, teve a participação do 2º Batalhão de Ações Especiais de Polícia (Baep), na área do CPI-6.

Durante a coletiva de imprensa, o secretário de Estado da Segurança Pública, Lima Junior, destacou a importância da operação, deflagrada em nível nacional, e enalteceu a integração entre as forças policiais e demais órgãos envolvidos na Segurança Púbica.

“Essa mesa representa bem o que é a Segurança Pública, uma integração com todos os órgãos, desprovida de qualquer tipo de vaidade, com o objetivo único de defender a sociedade. São operações como essa que, sem dúvida alguma, enaltecem o trabalho da Inteligência da Segurança Pública, junto com os demais órgãos de inteligência”, afirmou.

Segundo o secretário adjunto da Secretaria de Operações Integradas (SEOPI), Washington Luiz, essa foi a primeira operação integrada que a SEOPI participou prestando todo o apoio.

“Em abril estive em Maceió e, durante uma visita ao secretário Lima Junior, passei a ver que existia um trabalho que tinha um potencial enorme que envolvia facções criminosas espalhadas por todo o Brasil, então foi aí que ofereci o nosso apoio e estamos vendo hoje a deflagração de uma operação importantíssima para o Brasil”, destacou.

O coordenador geral de Combate ao Crime Organizado da Diretoria de Operações da SEOPI, Wagner Mesquita, parabenizou todas as instituições envolvidas e avaliou como uma operação de grande importância.

“É inadmissível que o Estado fique inerte a uma situação dessa absurda, em que a facção administre a justiça, promova julgamentos, sentencie e execute as suas sentenças. Então, é esse tipo de situação, que acaba fortalecendo o crime organizado, que não podemos deixar acontecer e temos que combater”, afirmou.

O promotor Hamilton Carneiro, do Gaeco de Alagoas, disse que a Operação Flash Back serve de modelo para que a SEOPI desenvolva outras operações integradas com outras forças policiais de outros estados e também com o Ministério Público.

“Essa operação se concentrou na chamada ‘linha vermelha’, considerada por teóricos que estudam o PCC como uma seara onde transitam todas as informações e toda a parte disciplinar da facção. Então, em cima dessa camada, foi possível desenvolver um estudo de inteligência, que serviu como base para as investigações de forma integrada durante cerca de sete meses”, explicou.

O promotor parabenizou ainda a integração dos Gaecos dos oito estados em que a operação foi deflagrada. “Desempenharam com extrema importância a atividade processual e operacional na execução dos mandados expedidos pela 17º Vara Criminal de Maceió, porque para que esses mandados sejam cumpridos em outros estados, temos que contar com o apoio processual de membros do Ministério Público que integram os Gaecos e apoio das equipes operacionais que têm em seus estados”, finalizou. (Agência Alagoas)

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