39KG: Ministro diz que militar preso na Espanha será julgado ‘sem condescendência’

O ministro da Defesa, Fernando Azevedo e Silva, afirmou nesta quinta-feira (27) que o militar brasileiro preso em Sevilha com cocaína será julgado “sem condescendência” na Espanha e no Brasil.

O sargento da Força Aérea Brasileira (FAB) foi preso na terça (25) com 39 quilos da droga. Segundo o ministro, o fato é “isolado”, e o governo agirá “com total transparência”.

“Tudo que puder ser divulgado, que não comprometer o curso das investigações, será divulgado. O militar será julgado sem condescendência pela Justiça da Espanha e pela própria Justiça brasileira, conforme determinam as leis de ambos os países”, declarou Azevedo e Silva.

“Ressalto que não vamos admitir criminosos entre nós. Nesse caso, houve a quebra de confiança. A confiança é própria da cultura militar e nos é tão cara. Esse lamentável caso é fato isolado no seio dos integrantes das Forças Armadas”, acrescentou o ministro.

Presente à entrevista coletiva de Fernando Azevedo e Silva, nesta quinta-feira, o major Daniel Oliveira, porta-voz da FAB, informou que o militar preso não integrava a tripulação da aeronave presidencial, mas, sim, uma equipe de apoio.

A TV Globo apurou que a aeronave em que estava Manoel Silva Rodrigues costuma fazer a rota presidencial antes do avião do presidente da República. O sargento atua como comissário de bordo.

O presidente Jair Bolsonaro decolou de Brasília na noite de terça-feira (25) em direção a Osaka (Japão), onde participará nesta sexta (28) e neste sábado (29) da cúpula do G20.

A agenda inicialmente divulgada pela assessoria de Bolsonaro previa escala em Sevilha, onde o militar foi preso.

Numa agenda posteriormente enviada pela Presidência, contudo, a escala passou para Lisboa (Portugal). Fontes militares disseram à TV Globo que a rota mudou em razão da prisão do militar.

De acordo com o porta-voz da FAB, Daniel Oliveira, foi instaurado um inquérito policial militar (IPM) para apurar o caso. A investigação, acrescentou, tem prazo de 40 dias, prorrogáveis por mais 20.

Segundo Daniel Oliveira, “em geral”, existem procedimentos de inspeção de segurança nos voos da FAB, e a forma do procedimento depende da infraestrutura de cada aeroporto.

“Os voos da FAB são submetidos, seja tripulação ou bagagem, a revistas, ao tipo de inspeção que possa vir aqui a justamente ser comprovado. E vai depender da infraestrutura de cada aeroporto”, disse.

Oliveira acrescentou que, na base aérea de Brasília, os procedimentos são feitos conforme cada missão.

Questionado mais de uma vez se, no caso do sargento flagrado com cocaína, houve inspeção das bagagens, o porta-voz não respondeu, alegando que o fato está sob sigilo.

“Sobre o fato em si, do episódio, ele é objeto da investigação e corre sob sigilo”, respondeu.

Indagado se outros militares podem estar envolvidos no caso, Daniel Oliveira respondeu: “Essa afirmação é complicada em virtude do inquérito que está sendo instaurado. Então, a investigação vai ter desdobramentos e a resposta disso a gente vai conseguir após a conclusão do inquérito.”

De acordo com o porta-voz, a FAB criou um grupo de trabalho para realizar estudos a fim de aperfeiçoar a segurança nos voos.

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