BRASÍLIA: Renan Filho assina carta que pede revogação de decreto de Bolsonaro

O governador de Alagoas, Renan Filho, e mais outros 13 chefes estaduais divulgaram uma carta aberta nesta terça-feira (21) contra o decreto assinado pelo presidente JairBolsonaro que flexibiliza o porte de armas no país.

Na avaliação dos governantes, “as medidas previstas pelo decreto não contribuirão” para melhorar a segurança dos estados.  A carta é assinada por nove governadores do Nordeste, do Distrito Federal, Amapá, Tocantins, Pará e Espirito Santo.

Os governadores podem a urgente a implementação de ações que melhorem a rastreabilidade das armas de fogo e munições durante toda a sua existência, desde sua produção.

Leia a carta dos governadores: 

Como governadores de diferentes estados do país, manifestamos nossa preocupação com a flexibilização da atual legislação de controle de armas e munições em razão do decreto presidencial n. 9.785 (07 de maio de 2019) e solicitamos aos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário da União que atuem tanto para sua imediata revogação como para o avanço de uma efetiva política responsável de armas e munição no país.

Sabemos que a violência e a insegurança afetam grande parte da população de nossos estados e que representam um dos maiores obstáculos ao desenvolvimento humano e econômico do Brasil. Nesse contexto, a grande disponibilidade de armas de fogo e munições que são usadas de maneira ilícita representa um enorme desafio para a segurança pública do país e é preciso enfrentá-lo.

Por essa razão, é urgente a implementação de ações que melhorem a rastreabilidade das armas de fogo e munições durante toda a sua existência, desde sua produção. Também é fundamental aumentar os meios de controle e fiscalização para coibir os desvios, enfrentar o tráfico ilícito e evitar que as armas que nascem na legalidade caiam na ilegalidade e sejam utilizadas no crime. Reconhecemos que essas não são soluções mágicas, mas são condições necessárias para a melhoria de nossa segurança pública.

Diante deste cenário, e a partir das evidências disponíveis, julgamos que as medidas previstas pelo decreto não contribuirão para tornar nossos estados mais seguros. Ao contrário, tais medidas terão um impacto negativo na violência – aumentando por exemplo, a quantidade de armas e munições que poderão abastecer criminosos – e aumentarão os riscos de que discussões e brigas entre nossos cidadãos acabem em tragédias.

As soluções para reverter o cenário de violência e insegurança no país serão fortalecidas com a coordenação de esforços da União, Estados e Municípios para fortalecer políticas públicas baseadas em evidências e para implementar o Plano Nacional de Segurança Pública e Defesa Social, fortalecendo a prevenção focalizada nas populações e territórios mais afetados pela violência e a repressão qualificada da criminalidade.

Reforçamos nosso compromisso com o diálogo e com a melhoria da segurança pública do país. Juntos, podemos construir um Brasil seguro para as atuais e futuras gerações.

IBANEIS ROCHA (Governador do Distrito Federal ); FLÁVIO DINO(Governador do Estado do Maranhão); WELLINGTON DIAS(Governador do Estado do Piauí); PAULO CÂMARA(Governador do Estado de Pernambuco); CAMILO SANTANA Governador do Estado do Ceará); JOÃO AZEVEDO (Governador do Estado da Paraíba); RENATO CASAGRANDE (Governador do Estado do Espírito Santo);RUI COSTA (Governador do Estado da Bahia); FÁTIMA BEZERRA(Governadora do Estado do Rio Grande do Norte); RENAN FILHO (Governador do Estado de Alagoas); BELIVALDO CHAGAS(Governador do Estado de Sergipe); WALDEZ GÓES (Governador do Estado do Amapá); MAURO CARLESSE (Governador do Estado do Tocantins); HELDER BARBALHO (Governador do Estado do Pará )”

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