Entidades dizem “não” ao aumento abusivo do transporte público

Mais de 30 movimentos e instituições sociais se mobilizaram e oficializaram um pedido para que a passagem de ônibus da capital sofra uma redução. A solicitação foi protocolada nesta quinta-feira, 3, na sede da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT), no Tabuleiro do Martins.

Foi criado um comitê em defesa do transporte público com 33 instituições e movimentos sociais. O grupo pede para que sejam levadas em consideração as condições sociais da população alagoana que faz uso dos transportes públicos, e a comparação com os valores de outras capitais.

Anualmente, de acordo com o edital de licitação dos coletivos, deve haver o reajuste no valor da tarifação, no entanto, ele pode ser para mais ou para menos. Para este ano, assim como nos anos anteriores, os empresários pedem pelo aumento. Os donos das empresas de transporte coletivo solicitam que o reajuste seja de 13,7% em cima do atual valor que é de R$ 3,65, passando a ser R$ 4,15. 

Confira o ofício na íntegra: 

COMITÊ EM DEFESA DO TRANSPORTE PÚBLICO DE QUALIDADE

Ofício 01/2018

Assunto: Solicitação de redução no valor das tarifas de transporte

Os trabalhadores e cidadãos de Maceió e do estado de Alagoas estão entre os que mais sofrem com os efeitos da crise econômica que passa o país. Os dados são alarmantes: 800 mil pessoas vivem abaixo da linha da pobreza em Alagoas, o estado possui a segunda menor média salarial do país e a segunda maior taxa de desempregados do Brasil, chegando a 17,3%. Em Maceió, segundo o IBGE, aproximadamente 40% da população vive com até metade de um salário mínimo.

Apesar disso, não bastasse o reajuste que os empresários do transporte tiveram no valor da tarifa em fevereiro de 2018, passando de R$ 3,50 para R$ 3,65, apresentam agora uma nova proposta de reajuste de 13,7%, alterando o valor para R$ 4,15. Como se vê, trata-se de uma proposta gananciosa, que tem por objetivo apenas aumentar os lucros dos empresários e prejudicar ainda mais a vida da população.

A verdade é que, dada a situação socioeconômica da população e a comparação do valor das passagens com outras cidades do país, como é o caso de Macaé, no Rio de Janeiro, que possui a taxa de apenas 1 real para os ônibus, o atual valor da tarifa em Maceió já é altamente abusivo.

Para piorar, o serviço oferecido pelas empresas é reconhecidamente de péssima qualidade. Quem necessita do transporte coletivo sofre com longas esperas nos pontos e terminais, com ônibus sujos e superlotados.

Ademais, a justificativa de reajuste apresentadas pelo Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros – SINTURB, são frágeis: “a perda de passageiros para o transporte clandestino” e “variação do preço do diesel”. Ora, se o valor da passagem do ônibus aumenta é natural que as pessoas procurem alternativas de locomoção. Além disso, no último período, tem sido adotada uma política federal de redução no valor do diesel.

Diante do exposto, reivindicamos:

1) Diminuição no valor das tarifas do transporte público em 13,7%. Passando dos atuais R$ 3,65 para R$ 3,15;

2) Planilha financeira das empresas de transporte. É preciso tornar pública a informação da margem de lucro de cada uma das empresas que prestam esse serviço à população.

Assinam:

1. C.A de historia -U

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