Candidato com Esclerose vai às ruas e chama atenção de eleitores

O eleitorado alagoano pode eleger o primeiro candidato portador da Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA) do país: Hemerson Casado Gama, que disputa a uma vaga para deputado federal.

Ele não anda, não fala, não pode apertar a mão dos eleitores ou dar abraços, como fazem os tradicionais políticos brasileiros. Mas nada disso está impedindo que o médico cardiologista aposentado saia às ruas.

Sentado em uma cadeira de rodas, ele diz ter enfrentado “calçadas horrorosas” e “uma cidade que não dispõe de nenhuma acessibilidade para pessoas com deficiência”, como ele explicita.

Suas ações têm sido realizadas em bairros da capital, indo desde o Mercado da Produção, na Levada, até panfletagens em meio aos carros no trânsito de Maceió. Sua programação, até o dia de votação, também inclui visitas ao interior de Alagoas.

Para isso, o médico tem contado com o apoio de uma van adaptada, que possui travas com gancho no piso para fixar a cadeira de rodas, elevador, cinto de segurança e até tomadas para carregar seu equipamento de respiração mecânica.

“Quero mostrar às pessoas que não sou nenhum incapaz. Tenho condições de sair da minha casa, ir à rua, sair do meu estado, lutar no Congresso, ir para outro país se for preciso. Minha mente está muito lúcida e ela permite que eu lute pelos meus projetos na Câmara”, afirma o candidato.

Devido a ELA, Hemerson Casado perdeu a fala. Hoje ele se comunica através de um dispositivo – Tobii- instalado em seu computador. Através dos raios infravermelhos dos olhos, ele aciona letras e palavras na tela do seu notebook, e este, emite o que foi digitado com os olhos, em som.

“O que um político saudável pode fazer, eu posso fazer também, e digo mais: posso fazer mais ainda porque minha vida gira em torno de atividades que buscam ajudar as pessoas que mais precisam”, diz Dr. Hemerson.

Um dos projetos que Dr. Hemerson pretende levar à Câmara é a criação de um Polo Biotecnológico em Alagoas para o tratamento em doenças raras e neurodegenerativas dividido em: hospital de doenças raras, centro de reabilitação, polo de pesquisa e condomínio industrial para fármacos.

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