Circula pelos bastidores da política alagoana a piada de que o ex-prefeito de Paripueira, Abrahão Moura, pensa que a Assembleia Legislativa é uma casa de boneca. Isso porque Moura tenta eleger a todo custo a filha Cibele Moura, candidata a deputada estadual, que tem apenas 21 anos de idade.
A cadeira na Casa de Tavares Bastos seria apenas um mimo de Abrahão Moura para a herdeira, que tem uma das campanhas mais caras do Estado. Ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Cibele Moura declarou ter quase um milhão de reais em bens, ou melhor: R$878.663.
Mas, o que revolta os eleitores é a trajetória de Abrahão Moura na política chega a ser um tanto questionável. Segundo publicado no Diário Oficial do Estado (DOE) nesta terça-feira, 4, Moura teria contratado shows artísticos com preços superfaturados quando era prefeito de Paripueira.
A portaria foi assinada pela promotora do Ministério Público do Estado (MPE), Lídia Malta Prata Lima, que já comunicou a instauração do inquérito à Presidência do Conselho Superior do Ministério Público.
Ela também cobrou a expedição de ofícios para realizar as diligências necessárias para apurar os fatos. Abrahão Moura é marido da prefeita da Barra de Santo Antônio, Emanuella Moura.
Como já exposto pelo A Notícia, tramita desde maio no MPE a denúncia do coordenador geral do Movimento Nacional de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) de Alagoas, Antônio Fernando da Silva, contra Emanuella Moura, que teria utilizado dinheiro do município para financiar a campanha da filha.
Além de configurar a ação como crime de improbidade administrativa, a prefeita também teria comprado votos, o que pode levar à cassação do mandato, multa e o risco de tornar-se inelegível por 8 anos. No documento, que relata a denúncia, foi anexado o cheque que teria sido utilizado para praticar os crimes contra a Justiça Eleitoral e contra a administração pública.
Segundo consta nos relatórios do MPE, Adriano Leocádio, que cuidaria de um time de futebol na cidade, pegou uma ajuda financeira de Emanuella Moura para organizar um campeonato. A verba só sairia caso houvesse apoio político a Cibele Moura.
O pagamento foi feito por meio de cheque no valor de R$ 1.425. Devido à polêmica, a promotora de Justiça Lídia Malta Prata Lima pediu que o presidente do time de futebol “Tibúcio Brasil” prestasse depoimento, que teria ocorrido em julho. A denúncia contra a prefeita contou com o depoimento de Marajúlia dos Santos, que seria funcionária pública do município, apesar da prefeitura negar alguma ligação.