Verba para lavagem de carros de deputados é maior que a do Museu Nacional

O Museu Nacional, que foi consumido pelas chamas no domingo passado, costumava receber uma verba pública que variava entre 1 milhão e 1,9 milhão de reais anuais. Nos últimos cinco anos, contudo, sofreu seguidos cortes drásticos e a previsão para 2018 era de que apenas 205.821 reais fossem repassados para instituição.

A gestão Michel Temer (MDB) investe menos no Museu Nacional do que a Câmara dos Deputados na lavagem de seus 83 veículos oficiais ou que o próprio Poder Executivo na manutenção do Palácio da Alvorada, a residência presidencial que está desocupada desde o impeachment de Dilma Rousseff.

Neste ano, a Mesa Diretora desta casa legislativa e as lideranças preveem gastar 563.000 reais em dinheiro público para deixar seus carros limpos. O valor é 2,7 vezes de fato destinado ao primeiro museu brasileiro. Já o Alvorada, custa cerca de 500.000 reais por mês, o que inclui gastos com energia elétrica e jardinagem.

Se não bastasse a falta de apoio financeiro direto por parte da União, apenas dois dos 49 parlamentares do Rio de Janeiro demonstraram qualquer preocupação em ajudar com recursos o Museu Nacional. De 2015 para cá, só Alessandro Molon (PSB-RJ) e Chico Alencar (PSOL-RJ) destinaram uma de suas emendas parlamentares à instituição.

Enquanto, isso, no Palácio do Planalto, o ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun, reclamou que, entre os críticos dos baixos investimentos, havia muitas pessoas que pouco ou nada fizeram pelo museu. “ Eu não tenho visto ultimamente, na televisão, por exemplo, pelo menos em um horário, alguém destacando o museu, para que ele se tornasse mais amado pela nossa população, antes da tragédia”.

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