Dr. Hemerson: “Acessibilidade é questão de inclusão social, educacional e de mercado de trabalho”

O candidato a deputado federal, Dr. Hemerson Casado, foi um dos convidados a compor à mesa-redonda sobre acessibilidade na 75ª Semana Oficial da Engenharia e Agronomia, que acontece entre os dias 21 e 24 de agosto, no Centro de Convenções, no bairro do Jaraguá, em Maceió. Na ocasião, ele defendeu a necessidade de investimentos públicos para levar à população com deficiência melhor condição de mobilidade e mais acessibilidade às alternativas de tecnologias assistivas.

“Quando falo de acessibilidade estou falando de inclusão social, educacional e de mercado de trabalho. Com investimento do Governo Federal, podemos ir além e trazer solução para diversas patologias, como a minha, a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)”, defende.

Em discurso para estudantes de Engenharia, profissionais da área e autoridades de governo, Dr. Hemerson citou ele próprio como exemplo para chamar atenção às inúmeras dificuldades encontradas pelos portadores de deficiências que precisam se locomover em cidades brasileiras, como Maceió.

“Apesar de estar em uma cadeira de rodas, sou uma pessoa extremamente ativa, com uma agenda repleta de compromissos. Eu vivo em uma cidade com calçadas horrorosas, poucos táxis adaptados e instituições públicas nada amigáveis para os portadores de deficiência”, afirma e acrescenta: “aqui no Brasil, temos um congresso que faz as leis, os tribunais superiores que atendem às demandas, mas não há ninguém para fazer cumprir a legislação”, relata.

Também fizeram parte da mesa-redonda o ministro do STJ, Nefi Cordeiro, e o procurador do Tribunal de Contas da União, que também é deficiente físico, Sérgio Caribé.

Tecnologia assistiva

Durante o evento, Dr. Hemerson também concedeu entrevista à Mutua de Assistência dos Profissionais do Conselho Federal de Engenharia e Agronomia e defendeu a valorização de equipamentos de tecnologia assistiva desenvolvidos no Brasil, como forma de baratear o preço dos produtos e torná-los mais acessíveis aos pacientes de classes menos favorecidas.

“De todos os meus temores com a doença [ELA], o pior era a perda da minha capacidade de me comunicar com o mundo e não poder trabalhar com algo importante para a sociedade. Ao descobrir a tecnologia assistiva, senti que tudo era possível para qualquer um com diversas deficiências. O problema é tornar a tecnologia possível para todos, porque os valores são exorbitantes”, explica.

Para exemplificar, ele cita o seu dispositivo Tobii, utilizado para se comunicar com as outras pessoas, visto que, em decorrência da ELA, Dr. Hemerson perdeu a fala. O sistema funciona por meio de um computador e é composto por um teclado, cujas letras são acionadas pelos olhos do paciente. “A tecnologia que eu uso custa uma fortuna em comparação com o que a população em geral pode pagar. Precisamos dar atenção às perdas que essas doenças trazem e tornar a vida dos pacientes mais agradável”, finaliza.

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