Recorde histórico de partidos se deve a “invasão de nanicos”, diz especialista

As eleições deste ano terão um recorde histórico com o registro de 35 partidos entre velhos conhecidos e novatos. A explicação para o crescimento vem de 1983, momento em que o Congresso estava dividido em cinco legendas.

O PMDB e o PDS, que eram herdeiros do sistema bipartidário da ditadura, em que havia apenas o oposicionista MDB e o governista Arena. Já à esquerda, existiam apenas o PT, PDT e PTB. Após desmembramentos e fusões, essas siglas formaram a base das grandes legendas que comandaram o país durante os anos 1990 e começo dos 2000.

Agora, uma grande quantidade de nanicos está invadindo a política, classificados como partidos de centro que negociam apoio com quem estiverem no comando. Para o professor de ciências políticas da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Bruno Bolognesi, o cenário atual é uma confusão de siglas.

Como exemplo ele citou a candidatura de Fernando Collor, em 1989, que  surgiu com a criação do partido. Em curto período, vários políticos que migraram de outros partidos, sendo o precursor de uma tendência: união de partidos pequenos, sem ideologia ou projetos, criados de forma oportunista para fazer parte do poder, agrupados em torno de um nome forte.

Em 2007, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu que as cadeiras pertencem ao partido, e não aos políticos. Ou seja, se um deputado eleito trocar de sigla, poderia perder seu mandato, e outro candidato do mesmo partido assumiria.

No entanto, a regra tem uma brecha que permite trocas de partidos quando uma nova legenda é criada. Isto fez com que muitas novas legendas surgissem. De acordo com o especialista, o fenômeno se explica por conta da política brasileira ser personalista, ou seja, centrada em torno de pessoas, e não de ideias.

A partir das eleições deste ano, partidos vão precisar ter um desempenho mínimo nas urnas, de 1,5% do total de votos, ou ter pelo menos um deputado eleito em nove estados diferentes para ter acesso a tempo na TV e a recursos do fundo partidário.

Nas eleições seguintes, políticos devem mudar de partido para terem acesso a mais recursos. Em 2020, também serão barradas as coligações em eleições ao Legislativo.

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