Oito parlamentares alagoanos deixam herança negativa para eleitor

Parte dos deputados federais e senadores pelo estado de Alagoas tentarão continuar em Brasília e, para isso, lutarão pelas suas reeleições. Talvez o que eles não tenham percebido é que a disputa para os cargos legislativos está acirrada e o passado de cada um durante os quatro últimos anos irá contar na escolha do eleitor.

Um grupo de cinco deputados está na mira dos eleitores: Cícero Almeida (PHS), Marx Beltrão (PSD), Arthur Lira (PP), Mauricio Quintella (PR) e Pedro Vilela (PSDB), além do senador Benedito de Lira. Algo em comum os une: votaram pelas reformas trabalhistas que tiraram diversos direitos e garantias históricas.

A pior das mudanças foi a criação da jornada intermitente. Com ela, é possível contratar pessoas para trabalhar somente quando necessário e os empregadores vão pagar apenas pelo período em que os serviços foram prestados. A alteração abre uma porta para a redução dos salários, que nunca foi permitida pela legislação.

E o que era para melhorar, piorou. Alagoas fechou o ano de 2017 com uma das maiores taxas de desocupação do país, segundo dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

De acordo com a Pnad, no quarto tri­mestre do ano passado, Alagoas regis­trou uma taxa de 15,5% de desocupação das pessoas de 14 anos ou mais, que são aque­las que estão aptas a trabalhar, mas não estão empregadas, ficando atrás apenas do Amapá (18,8%) e de Pernambuco (16,8%).

O Sindicato dos Bancários de Alagoas (Sindibancários) expõe no Centro de Maceió um painel com a foto de cada “traidor do povo”.

 

Marx Beltrão é exposto nacionalmente no Fantástico

Segundo o jornal Folha de S. Paulo, em matéria publicada ano passado, Marx Beltrão teria feito, enquanto Ministro do Turismo, repasses voluntários milionários as Estado de Alagoas em 2017. De um total de R$ 84,6 milhões distribuídos para governos e prefeituras entre janeiro e julho deste ano, R$ 11,3 milhões foram para cidades alagoanas.

A reportagem da Folha de S. Paulo destacou que, entre as cidades que mais receberam recursos, estão municípios governados por parentes do ministro. Juntas, as cidades alagoanas de Penedo, Coruripe, Feliz Deserto e Jequiá da Praia receberam R$ 3,7 milhões em verbas. Segundo a Folha, o valor é maior do que o repassado para 18 Estados, incluindo polos turísticos como Rio e Pernambuco.

No entanto, o Ministério do Turismo diz que o repasse para os municípios é resultado do cumprimento de emendas parlamentares.

A cidade de Penedo é governada por um primo dele, Marcius Beltrão. O município recebeu este ano R$ 1,4 milhão em convênios, mais do que a cidade de São Paulo, que obteve apenas R$ 973 mil para a reforma do Complexo Anhembi.

As verbas foram destinadas para reforma da orla da cidade, às margens do rio São Francisco, pavimentação de ruas e construção de um centro de convenções.

A cidade de Feliz Deserto, também comandada por uma tia, Rosiana Beltrão, obteve R$ 1,1 milhão para a reforma de uma praça e pavimentação de ruas. A cidade possui pouco mais de 5 mil habitantes.

Joaquim Beltrão é o administrador de Coruripe, e a cidade também foi privilegiada. De acordo com a reportagem, Coruripe recebeu R$ 830 mil para pavimentação de ruas. Jequiá da Praia, município com 12 mil habitantes gerida pela irmã do ministro, Jeannyne Beltrão, recebeu R$ 390 mil.

As quatro cidades ficam no litoral Sul de Alagoas, região onde a família elegeu cinco prefeitos nas eleições municipais de 2016. Para piorar a situação, Marx Beltrão foi alvo de reportagem da Rede Globo que denunciou um desvio de mais de R$ 40 milhões de recursos da Educação, em sua gestão na Prefeitura de Coruripe, no Litoral Sul de Alagoas.

Na reportagem, o procurador da República em Alagoas, Marcelo Lobo, confirma que a Procuradoria Geral da República (PGR) já recebeu a documentação do Ministério Público Federal (MPF) em Alagoas, sobre a investigação da conduta de Marx Beltrão, sob a perspectiva criminal, devido à prerrogativa de foro do ministro.

O esquema envolveu 29 pessoas e mais de 25 empresas para desviar R$ 43 milhões de verbas para ações no ensino público, merenda, transporte escolar e construção de escolas, financiadas pelo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb).

 

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