Réu pede proteção à PM contra o advogado “insano” Welton Roberto

O advogado Lucas Bonfim entrou com um pedido inusitado ao 9º Juizado Especial Cível e Criminal da Capital do Estado de Alagoas. Isso porque ele terá uma audiência com o também advogado Welton Roberto, figura conhecida nos noticiários por ser uma pessoa desequilibrada. O pedido enviado hoje, 7, à Justiça pleiteia que a audiência seja acompanhada pela Polícia Militar.

“O requerente [Lucas Bonfim] solicita a nobre magistrada, presidente do 9º Juizado Especial Cível e Criminal, que oficie ao comando Geral da Polícia Militar de Alagoas requisitando homens devidamente aparelhados com armas não leais, a saber: pistola taser, spray de pimenta e camisa de força para a segurança do ambiente”, destacou em documento.

Ele explicou ainda que: “essa cautela é necessária tendo em vista que o autor do processo, Sr. Welton Roberto, apesar de ser indivíduo de baixa estatura e peso (cerca de um metro e meio de altura e 50 kg), mostra-se agressivo quando é contrariado, além de ser pública e notória a postura de estardalhaço e gritaria”.

E as recomendações continuam. “Malgrado todo exposto, é imperativo frisar que o Sr. Welton Roberto tem apresentado conduta social que precisa ser estudada por especialistas da área a saúde psiquiátrica”, informou o advogado, que anexou ao processo fotos que comprovariam a insanidade de Roberto.

Para se ter uma ideia, em uma delas, Welton Roberto aparece com uma gravata na cabeça. “É de bom alvitre rememorar que o Sr. Welton Roberto já foi contido pela Polícia Militar em decorrência de conduta violenta, incompatível com a urbanidade e a dignidade da advocacia”, também salientou Lucas Bonfim, que fez questão de colocar “prints”, no documento, em que aparece matérias jornalísticas sobre a conduta de Welton Roberto.

“Não fosse suficiente todo já exposto aqui para legitimar as cautelas solicitadas visando garantir a urbanidade da audiência, é também válido trazer a lume que o Sr. Welton Roberto já foi condenando criminalmente por pegar dinheiro de cliente e não devolver. Isso indicia ser pessoa perigosa e sem limites morais. Ou seja, o Sr. Welton Roberto tem ficha criminal”, finalizou Bonfim.

Umas das matérias citadas sobre o advogado está a com o seguinte título “Welton Roberto foi condenado à prisão por apropriação indébita”. O material foi publicado pela Gazeta de Alagoas em 2008.

Confira trecho da reportagem

Um dos advogados mais atuantes em Alagoas, Welton Roberto, que tem entre seus clientes o deputado Cícero Ferro e o ex-tenente-coronel Manoel Cavalcante, mudou-se de São Paulo para Maceió em 2000. Deixou para trás uma sentença contra ele de um ano, um mês e dez dias de prisão, transformada em serviços à comunidade e pagamento de multa.

Em 2003, último movimento do processo, ele pediu à Justiça, e conseguiu, a troca de prestação de serviço por pagamento de outra multa. Ele pretendia a diminuição da pena, o que foi negado. Segundo o Tribunal de Justiça de São Paulo, o advogado se apropriou de R$ 15 mil de um cliente, José Correa de Souza, que venceu ação indenizatória contra o INSS.

Souza ganhou a causa em 1997. Mas os R$ 15.033,72 obtidos do INSS foram parar na conta pessoal do advogado, e de lá não saíram mais. O coitado do cliente esperou dois anos, com cobranças recorrentes ao doutor Welton. Cansado, foi à Justiça em 1999, dois anos depois.

Nos autos do processo, detalhes dos métodos do advogado. No dia 24 de outubro de 1997, o réu levantou aquela quantia no total de R$ 15.033,72 depositando-a em sua própria conta bancária, como confessou. Welton, pelo que escreveu o juiz Oliveira Passos, é réu confesso.

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