Como pré-candidato ao Governo de Alagoas, Collor perderia eleição

O candidato a presidente da republica, Fernando Collor de Mello (PTC|AL) apareceu em uma pesquisa realizada na última semana pelo TDL Pesquisa & Marketing, em parceria com o site Cada Minuto. Dessa vez, Collor foi colocado no cenário como candidato ao Governo alagoano, o qual já fez parte, no entanto as intenções de voto não passaram dos 15%, ficando em 3° lugar.

Na pesquisa o governador Renan Filho (MDB), caminha para a reeleição com 49% de preferencia entre os eleitores. O levantamento que  foi feito em 53 municípios, durante o mês de maio revelou ainda que sem Collor e JHC, o governador deve ultrapassar,  os 50% das intenções de voto com folga, já que ele lidera o páreo em todas as regiões pesquisadas.

Na pesquisa a porcentagem de 17% vem em segundo lugar representando os votos brancos e nulos, já os indecisos somam 12%. Vale lembrar,  que Collor já disputou o governo em 2010, mas perdeu a eleição para Teotônio Vilela Filho.

Se o percentual de votos no estado em que Collor começou a carreira política já é baixo, em nível nacional uma pesquisa do CNT|MDA divulgada em maio, mostrou que ele mal atingiu os 1,4%. Dessa forma ele perde para Fernando Haddad, Álvaro Dias, Geraldo Alckmin, Ciro Gomes, Marina e Jair Bolsonaro que lidera a disputa no cenário.

A ideia inicial do político é ficar entre os extremos, ou seja, entre Bolsonaro (PSL) e o candidato indicado pelo Partido dos Trabalhadores (PT), que irá ficar no lugar do ex-presidente Lula, preso pela Polícia Federal.

Apesar de se garantir, por ter ocupado o cargo anteriormente e conquistado grande público na primeira eleição, o político divide opiniões entre especialistas na área, como divulgamos no jornal A Notícia em abril.

O presidente nacional do partido, Daniel Tourinho disse que os dados das pesquisas estão dentro da estimativa do partido e que a pré-candidatura de Collor está “firmíssima”. Ele confirmou inclusive,  que a candidatura dele foi usada também para garantir a sobrevivência de seu partido que receberá apenas R$ 6,3 milhões para campanha.

De acordo com especialistas, a baixa porcentagem de votos está ligada ao legado deixado por ele antes do processo de impeachment em 1990. Os planos econômicos do ex-presidente são os mais lembrados. O poder do Estado foi usado para bloquear a poupança dos brasileiros para combater a inflação, além dos misteriosos casos de corrupção.

O parlamentar ainda é réu na Operação Lava Jato, acusado de corrupção passiva, lavagem de dinheiro e organização criminosa. Entre 2010 e 2014, o ex-presidente teria supostamente recebido um repasse de pelo menos R$ 29 milhões em propinas.

Uma acusação como essa, é considerada gravíssima pelo Ministério Público, já que trás dano ao erário público, podendo terminar em prisão. No entanto, Collor  insistiu em defender na semana passada, a implantação da prisão perpétua no país, tendo ele a certeza de que essa regra não lhe valerá.

Em discurso no Senado, ele criticou o atual sistema de segurança do país, sugerindo até que o Governo Federal conduza a criminalidade com  a “mão pesada”,  a fim de realizar mais planejamentos integrados com a federação.

A prisão perpétua segundo o parlamentar, viria como forma de evitar a reincidência em casos de homicídios e latrocínios. Na oportunidade, ele ressaltou que a medida nada tem haver com a vingança, mas sim de não permitir que determinados tipos de criminosos voltem a sociedade.

“No combate à insegurança generalizada que se instalou no país, a população já percebeu que, pelo nosso arcabouço legal, temos excesso de direitos, porém, escassez de deveres”, explicou.

Diante do cenário atual, Collor declarou que o Brasil está mais do que atrasado na busca de soluções para devolver à nação a sensação de segurança e que o sistema está falido, “em estado terminal”

Reforma proposta por Collor não tem moralidade

Em um dos seus primeiros discursos como pré-candidato, Collor deixou claro que é a favor de uma reforma política no país, a começar pela revisão constitucional. Ele acredita que, por consequência, a revisão acarretará outras reformas como um novo pacto federativo e uma nova organização do Estado e de seus poderes, reforma tributária em modelo simplificado, reforma fiscal mais equilibrada e reforma previdenciária.

Como pré-candidato, Collor quer realizar uma promoção econômica através  de um plano de longo prazo com a inovação tecnológica, desburocratização, e redução do aparato estatal, mas não teria que ser ele o exemplo de um político que preza pela lisura do dinheiro?

Uma publicação do Radar, da Veja, mostrou na última semana por exemplo, que o ex-presidente lidera o gasto com segurança particular entre os senadores. Desde o início do mandato, em 2015, Collor torrou R$ 879.672,41 em sua proteção. Mensalmente, isso custa R$ 24.435,34 aos cofres públicos.

Como ex-presidente da República, Collor já tem direito a quatro servidores para sua segurança pessoal. Também conta com dois motoristas e dois assessores.

De janeiro a março deste ano, ele também já esbanjou R$ 20.270,12 em correspondências com quantias que saem do bolso da população, ou melhor da Cota para o Exercício da Atividade Parlamentar.

Outros R$ 32 mil foram utilizados para divulgação do político através de um contrato de fotos com a agência de Orlando Brito, fotógrafo conhecido por tirar os retratos oficiais dos presidentes do Brasil.

Em 2015 esse costume já era noticiado em grande escala. Ele foi considerado o Senador que mais gastou no parlamento, de acordo com dados da Transparência do Brasil.

Do início do mandato até o fim de outubro, Collor gastou R$ 1,92 milhão em verba indenizatória. Desses, R$ 553,8 mil foram usados para transportes e estadias. Outros R$ 765,6 mil serviram para divulgar suas ações no mandato e para a contratação de consultorias. Aluguéis e despesas diversas consumiram outros R$ 604,9 mil.

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