Rui pode deixar prefeitura como um dos piores prefeitos do país

Tudo indica que o prefeito de Maceió, Rui Palmeira (PSDB), renunciará ao cargo para concorrer ao Governo do Estado e ser concorrente direito de Renan Filho (MDB). O que a maioria dos maceioenses não sabe é que ele tem até abril para deixar de ser prefeito e, caso concorra ao governo, não poderá voltar, deixando a administração da capital nas mãos de Marcelo Palmeira, enteado do senador Benedito de Lira (PP).

Ao sair para a disputa, Rui Palmeira (PSDB) deixará seu cargo na lista dos dez piores prefeitos do Brasil, de acordo com o levantamento realizado pelo portal G1, divulgado no começo do ano, sobre a performance dos gestores das capitais nos respectivos primeiros doze meses de mandato.

Segundo a pesquisa, Palmeira registrou suas promessas de campanha no Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Os percentuais referem-se às somas das promessas cumpridas com as parcialmente cumpridas. Na lista divulgada pelo portal, ele aparece em nono lugar com 34,28% das promessas cumpridas, encostado no prefeito de São Luí (MA),  Edivaldo Holanda Junior, o qual está com 37,83%.

A candidatura de Rui está certa se depender do senador Benedito de Lira, que já confirmou o nome do aliado e até a coligação que seria formada pelo PSDB, PP, PR, DEM e PROS.

“Temos o prefeito Rui Palmeira com um ótimo trabalho à frente da prefeitura de Maceió e seus compa­nhei­ros desejam a sua candidatura”, disse.

REPROVAÇÃO

Candidatura de prefeito terá passado negro

Gestor causou desconforto ao ignorar os servidores municipais

Um grupo, com certeza, fará campanha contra a candidatura de Rui: os servidores municipais da capital. Com a justificativa da crise enfrentada pelo país, os trabalhadores receberam 0% de reajuste salarial.

Rui Palmeira chegou a anunciar que a prefeitura não tem condições de ofertar o reajuste de 6,29% solicitado pelos servidores desde o começo de 2017. Ele apontou a conjuntura nacional, a incerteza econômica e o estrangulamento das contas como motivos para o reajuste zero.

“É um momento difícil para o país. A arrecadação federal caiu, o que reflete diretamente no FPM [Fundo de Participação dos Municípios]. Nós não vamos conceder reajuste enquanto não tivermos segurança para fazer isso”, explicou o prefeito no ano passado.

E acrescentou declarações polêmicas: “Temos tomado medidas visando melhorar a possibilidade de reajuste, como o projeto de reequilíbrio dos fundos previdenciários. Com isso, vamos conseguir economizar em torno de R$ 3 milhões por mês. Também estamos minimizando os custos do município visando também o servidor. Agora, para toda ação existe uma reação. Uma ação recente do STF [Supremo Tribunal Federal] diz que gestores de municípios, estados e da União devem cortar os dias não trabalhados. É uma decisão do Supremo, com repercussão geral, e vamos cumprir essa decisão, que é cortar o ponto imediatamente de quem aderir a essa greve”, declarou na ocasião.

MEXEU NO BOLSO

Motoristas não esquecem que Palmeira implantou fábrica de multas em Maceió

Pardais e zona azul também entram na conta de prefeito

Os motoristas maceioenses também não esquecem as duas dores de cabeça causadas pelo prefeito. A primeira foi as zonas azuis. O Ministério Público de Contas detectou a ausência de lei municipal que estabeleça a remuneração por utilização de bem de uso comum do povo e encontrou indícios de irregularidades que teriam afetado a definição do valor do contrato firmado entre o Executivo Municipal e a empresa fornecedora de software e equipamentos utilizados no controle do sistema de estacionamento rotativo.

Foi suspenso o contrato com a empresa de prestação do serviço de venda de créditos virtuais, eletrônicos e em papel para a prefeitura, compreendendo a venda, administração dos créditos e fornecimento de softwares e equipamentos de verificação aos agentes municipais que trabalham externamente no controle de veículos.

Já no mês de dezembro do ano passado, após uma novela judicial, os pardais de fiscalização eletrônica foram desligados. A medida foi tomada por causa da decisão judicial liminar (temporária) que determinou a suspensão do serviço até que o processo movido pelo Ministério Público do Estado de Alagoas (MP-AL), que contesta a legalidade dos equipamentos, fosse transitado em julgado.

O processo da 66ª Promotoria de Justiça da Capital questiona a SMTT sobre o estudo técnico de cada ponto onde foram colocados os pardais. Segundo a promotoria, os relatórios apresentados estavam em desobediência com o estabelecido pelo Conselho Nacional de Trânsito (Contran) e que nenhum documento está datado ou assinado pelo engenheiro responsável.

Por isso, o MP solicitou o desligamento imediato dos equipamentos e a suspensão de todas as multas emitidas por eles neste período e anotações na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) dos motoristas infratores.

 

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