Saúde do eleitor vira moeda nas mãos de Rui para obtenção de votos

Vale tudo durante campanha eleitoral, até prometer projetos caros e faraônicos. Mas, antes do Maceió de Frente Pra Lagoa, Rui Palmeira apenas prometia à população que iria aumentar o número de unidades de saúde e de UPAS, as Unidades de Pronto Atendimento, uma proposta mais consistente, menos onerosa.

Até o momento, em seis anos de administração, Maceió tem apenas duas em funcionamento, dinheiro que saiu do bolso do contribuinte enviado pelo Governo do Estado e Federal. A promessa de melhorar a saúde pública da capital consta nos arquivos de propostas do governo Rui Palmeira disponibilizados pela Justiça Eleitoral.

Foi em seu último ano do primeiro mandato, em 2016, que Palmeira conseguiu inaugurar a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Benedito Bentes, em Maceió, com ajuda do Governo Renan Filho. Na ocasião, o prefeito colocou a culpa na demora para a entrega da obra no ex-gestor Cícero Almeida.

“Essa UPA vem com seis anos de atraso porque a gestão que me antecedeu não conseguiu nem os terrenos. Quando nós assumimos, o Estado já tinha recebido o recurso para a construção, em 2010, mas precisava dos terrenos. A Prefeitura, na gestão atual, doou esse e o terreno da UPA do Trapiche”, disse.

Mesmo com dinheiro na conta, Palmeira esperou quatro anos para entregar a unidade hospitalar, coincidência ou não, pouco antes da campanha eleitoral para reeleição.

O mesmo acontece com o Maceió de Frente Pra Lagoa, projeto que Rui corre contra o tempo para tirar do papel para servir de pano de fundo para possível campanha para Governo do Estado.

Durante entrega da UPA do Benedito Bentes, o governador Renan Filho até deu uma “alfinetada” em Rui Palmeira ao ver que o prefeito usava o momento como propaganda política. “Não é hora de discutir ‘paternidade de obra’, mas de beneficiar a população”, disse.

 

DE ONDE VEM A GRANA

No caso da UPA do Benedito Bentes, o Governo Renan Filho garante 75% do custeio mensal

Maior parte dos recursos é oriundo de Brasília

 

As UPAs são mantidas com recursos dos governos Federal, Estadual e Municipal. O Ministério da Saúde (MS) destina 50% do total, restando para a Secretária de Saúde do Estado (Sesau) e a secretaria municipais de Saúde arcam os outros 50%dividido em 25% dos custos para cada uma. No caso da UPA do Benedito Bentes, o Governo de Alagoas garante 75% do custeio mensal, pagando os 50% que deveria ser pago pelo Ministério da Saúde, e mais 25% da cota estadual, os outros 25% são recursos da Secretaria Municipal de Saúde de Maceió.

 

Outra UPA que começou a brotar na corrida para as eleições de 2018 foi a do Jacintinho.  Em dezembro do ano passado, a Comissão de Licitações de Obras e Serviços de Engenharia da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminfra) abriu processo licitatório para a construção que está orçada em R$ 4 milhões. A empresa vencedora da licitação terá que construir a obra em seis meses para não ser inaugurada antes da época de campanha eleitoral. Vale lembrar que os R$ 4 milhões são oriundos do Governo Federal.

 

 

 

ÁGUAS DE JANEIRO

 

Cidade ainda sofre com alagamentos; Rui Palmeira continua inerte

 

Chuva faz maceioense lembrar de tragédias de 2017

 

O mês de maio do ano passado foi de tragédia em Maceió. Mortos, desabrigados e uma cidade inundada. Chuvas que mostraram quanto o município é frágil. E mais: como o prefeito Rui Palmeira estava despreparado para um momento de crise, não econômica, mas social. As águas que tiraram o sonho de muita gente foram as mesmas que iniciaram o naufrágio do navio tucano.

Prefeito Visita Grotas no Ouro Preto, Jacintinho e Mutange.
Foto:Marco Antônio/SECOM Ouro Preto – Grota do Aterro

De lá para cá foram pesquisas, ações, debates e dinheiro encaminhado aos cofres municipais e estaduais para que houvesse algum tipo de solução no problema. Quase um ano depois, Maceió se deparou com o mesmo problema. Choveu, inundou. Inundou? Famílias já começam a relembrar do que passaram em 2017.

A chuva forte que caiu sobre a capital na madrugada e manhã desta terça-feira, 23, deixou alagamentos em vários bairros. O Instituto Nacional de Meteorologia registrou 89,0 mm acumulados entre 10 horas do dia 22 e 10 horas do dia 23 de janeiro, mas a chuva caiu toda depois da meia-noite desta terça-feira.

O volume de chuva que caiu sobre Maceió é fora do comum para esta época do ano, pois janeiro é um mês de pouca chuva . O período mais chuvoso do ano, é entre abril e julho, meses em que é comum ocorrerem chuvas volumosas. Pelos registros históricos do INMET, o total de 89,0 mm foi o mais elevado para 24 horas em janeiro em 6 anos, desde janeiro de 2012. Entre os dias 19 e 20 de janeiro de 2012 choveu 90,4 mm.

Maceió recebeu em menos de 24 horas a chuva normal para todo o mês de janeiro. A média de chuva para janeiro fica em torno dos 80 mm. Essas águas podem representar um presságio do que está por vir.

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