Projeto “caça-voto” vai endividar maceioenses em R$ 400 milhões

Após se ver sem novas ideias para possível campanha de 2018, Rui Palmeira foca toda sua atenção para o projeto milionário da orla lagunar, um delírio de seu primeiro mandato. Correndo contra o tempo, para fazer com que o projeto saia do papel, Palmeira até provocou a presidência do Tribunal de Contas de Alagoas (TCE-AL), que depois de enfurecida, permitiu empréstimo junto ao Banco Internacional do Desenvolvimento (BID) de aproximadamente R$ 400 milhões que servirão para investir nos programas “Maceió de Frente Pra Lagoa” e “Nova Maceió”.

Em tempos de crise, Maceió mingou, ao contrário do Estado de Alagoas, que foi destaque em levantamento feito pelo economista Raul Velloso, a pedido do jornal O Estado de São Paulo. Isso porque o especialista em contas públicas revelou que Alagoas, Paraná, Ceará, Maranhão e Piauí foram os únicos estados cujas contas não se deterioraram nos últimos três anos. Tendo Temer como “parceiro”, Rui agora tem que engolir seco e dizer, mesmo que forçadamente, que a crise já passou.

E se os maus tempos já são passado, está na hora de mostrar para o povo cons­truções. Nem que seja uma obra faraônica às custas do trabalhador maceioense. Embora dar uma moradia mais digna à população seja uma iniciativa louvável, o projeto de Rui Palmeira é eleitoreiro “na cara dura” e bem sem vergonha. Para se ter uma ideia, uma reportagem publicada por um semanário local mostrou que a equipe do prefeito sequer cumpriu a lista de exigências da Secretaria do Tesouro Nacional para os empréstimos dos R$ 400 milhões.

A reportagem teve acesso a ofícios, assinados pela Secretaria do Tesouro Nacional, atestando uma série de erros cometidos pela gestão do prefeito na hora de preencher os formulários na busca pelo dinheiro dos empréstimos junto aos bancos internacionais. Um destes ofícios é assinado por Priscilla Maria Santana, subsecretária de Relações Financeiras Intergovernamen­tais da Secretaria do Tesouro Nacional. Tal situação revelou a pressa com que tudo foi feito. Para Rui, é importante lançar obras antes de se declarar, oficialmente, candidato a Governo do Estado.

Priscilla diz ter recebido toda a do­cumentação encaminhada pela Prefeitura em 16 de novembro, mas faltavam papéis: uma lei municipal que autoriza os empréstimos; um parecer do órgão jurídico da Prefeitura e de um órgão técnico; a certidão do TC; um anexo da Lei Orçamentária Anual mais atual (neste caso, a de 2017) e um comprovante do encaminhamento das contas do Poder Executivo. Tal situação mostra o despreparo de Rui, que quer a todo custo limpar sua imagem após ter cansado o povo de Maceió com multas e falta de pulso em momentos de tragédia causadas pelas chuvas.

O Programa Maceió de Frente pra Lagoa prevê a construção de 1.900 unidades habitacionais – por meio do Programa Minha Casa, Minha Vida, do Governo Federal – , equipamentos sociais e de assistência à Educação e à Saúde, sistema de esgotamento sanitário e iluminação, além do projeto eixo viário lagunar que vai melhorar a mobilidade urbana na região. Coincidentemente, começou a andar em ano eleitoral.

 

MAL QUE VEM PARA O BEM

Certidão emitida para empréstimos voltou à Corte de Contas

Erro do TCE desfavorece obra eleitoreira de Rui Palmeira

 

O prefeito Rui Palmeira (PSDB) informou que a certidão emitida pelo TCE, que permite contratar empréstimos pelo Município, apresenta um erro e foi devolvida à Corte para as adequações. A informação foi dada na manhã desta quinta, 18, durante a inauguração de um EcoPonto no Dique-Estrada. De acordo com Palmeira, após uma luta de mais de 100 dias, a certidão foi entregue com uma inconformidade. O pedido de retificação foi feito e o documento deve ser concedido hoje ao Município.

“Depois dessa luta de mais de cem dias, depois que o Tribunal de Contas foi notificado pelo Tribunal de Justiça, a pre­sidente expediu a certidão. Ela veio com uma inconformidade e pedimos uma correção. Esperamos que saia definitivamente na forma correta, para que possamos correr para o Tesouro Nacional, em Brasília”, explicou o chefe do Executivo.

A assessoria de comunicação do TCE disse à imprensa que a informação procede, mas que o Tribunal vai analisar todos os documentos. “Se a retificação for necessária, assim será feito, de forma a colaborar com o ente público. Quanto à devolução ao Município, não sabemos ainda o prazo”.

Botão Voltar ao topo