Collor gastou mais de R$ 260 mil com segurança privada em 2017

Fernando Collor (PTC-AL) foi o par­lamentar que mais gastou com seguran­ça privada em 2017. O senado ressarce esse ti­po de despesa dentro da cota parlamentar. Com Collor, desembolsou R$ 264 mil. O vice-campeão em gastos, Roberto Ro­cha (PSDB-MA), não chegou à metade dis­so utilizando R$ 109 mil. Os dois estão fo­ra da curva: 66 senadores não usam o be­ne­fício. Os outros 13 senadores que foram res­sarcidos somaram R$ 95 mil com a des­pe­sa.

Falando em luxo, Collor curtiu o úl­ti­mo final de semana bem aprazível em seu es­tado. Nem parecia preocupado com os des­dobramentos da Lava Jato. Ele foi fla­gra­do em uma confraternização aquática. Sem camisa, o senador de Alagoas, que pro­seava tranquilamente, trajava uma sun­ga preta e segurava uma taça de es­pu­man­te.

No baldinho a seu lado, havia três gar­rafas da bebida. Para animar a turma, em­barcada em lanchas, o DJ soltou um dos hits musicais do momento: “Dona Ma­ria”, de Thiago Brava. Recentemente, Col­lor disse a interlocutores que poderá se can­didatar ao Planalto em 2018. Ninguém leva a sério.

 

CASOS DE FAMÍLIA

Enquanto isso, a família de Collor passa por dissabores em Brasília. Um juiz determinou, no ano passado, a exumação dos restos mortais de Arnon de Mello, pai do senador Fernando Collor (PTC-AL). A decisão é fruto de um processo de investigação de paternidade movido por um homem. A família de Collor – dona de emissora de TV, rádios, jornal, instituto de pesquisa e imóveis – tenta barrar a medida ao argumentar que será um constrangimento. Arnon, que morreu em 1983, teve cinco filhos com Leda Collor de Mello.

 

NA RUA

Collor usou o “serviço” da Polícia Legislativa para ficar imune a grampos

Homem que denunciou esquema que atrapalhava a Lava Jato é demitido

 

Delator do esquema de varreduras ilegais da polícia do Senado que funcionava como contrainteligência às ações legais da PF, Paulo Igor Bosco Silva, de 30 anos, foi exonerado. A portaria que impôs ao policial legislativo demissão é datada de sexta-feira retrasada, dia 12, mas publicada nesta segunda, 15, no Diário Oficial da União. Ele perdeu o cargo por supostamente descumprir os deveres de servidor público e transgredir proibições inerentes à função.

Em outubro de 2016, Paulo Igor revelou à imprensa que policiais legislativos do Senado cumpriam missões secretas para detectar grampos no escritório particular do ex-presidente da Casa José Sarney (MDB-AP), em Brasília.

Segundo as denúncias do agora ex-servidor, diversos parlamentares faziam os pedidos de varreduras contra grampos, que causavam “estranheza” por não serem numerados, dando a impressão de que não eram oficiais e que tinham o claro objetivo de atrapalhar as investigações da Operação Lava Jato. “Ordem de missão não numerada não é normal porque todo documento oficial tem que ter um controle do órgão”, afirmou Paulo Igor, na ocasião.

Após o relato, a Polícia Federal realizou a Operação Métis, na qual Pedro Ricardo Araújo Carvalho, na época diretor da Polícia Legislativa, foi preso temporariamente apontado como líder das ações que “tinham a finalidade de criar embaraços às ações investigativas da PF em face de senadores e ex-senadores, utilizando-se de equipamentos de inteligência”.

Entre os beneficiados pelo trabalho de contrainteligência, também foram citados os senadores Fernando Collor (PTC-AL) e Gleisi Hofmann (PT-PR), além do ex-senador Edison Lobão Filho (MDB-MA).

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