“Não queremos passagem cara; queremos o passageiro de volta”, diz empresário

A declaração é de um dono de empresa de ônibus em Maceió. Para ele, passagem a R$ 4,02 é cruel para o usuário, principalmente num momento desses, de crise, de desemprego. No entanto, conforme sua avaliação, não há como manter os 580 ônibus rodando na cidade com uma tarifa inferior a este valor. Ele coloca nos clandestinos a responsabilidade pela “fuga dos passageiros de ônibus”. “Mais de 20% dos nossos passageiros estão na mão dos clandestinos”, disse ele. O empresário cobra mais rigor dos órgãos do município na fiscalização.

Mas, abertamente, os empresários de ônibus não vão para o embate com a Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (SMTT), que é responsável pela fiscalização. Isso já aconteceu em outros momentos e as empresas foram prejudicadas.

“Estão falando que eles [Município] querem um valor menor. Tudo bem, mas a qualidade dos serviços prestados será proporcional ao reajuste de acordo”, disse o empresário. Ou seja, se o aumento da passagem for o que o setor reivindica, os serviços serão mantidos na qualidade atual. Se ficar aquém disso, certamente, haverá uma precarização na prestação dos serviços.

A reportagem apurou ainda que, em Maceió, duas empresas de ônibus estão operando em péssimas condições. Estariam à beira do fechamento e, com um reajuste inferior ao que foi definido pelo sindicato da categoria, são grandes as possibilidades de essas empresas falirem.

A situação é tão séria que, hoje, um dos principais aliados das empresas de ônibus é o Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários. Os diretores temem que a “fuga de passageiros” reflita com mais ênfase nos postos de trabalho. Em 2017 só ocorreram demissões e nenhum trabalhador foi contratado para o setor.
O aumento da passagem de ônibus deve ser mesmo o assunto da semana. Aliás, a previsão é de que esse reajuste seja definido após o encontro das partes envolvidas no processo, que está prevista para o próximo dia 30.

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