Caos na mobilidade e no transporte público na Era Rui Palmeira

Bairros da periferia sem ônibus, bagunça no Centro de Maceió e um trânsito cada vez mais descontrolado. Essas são algumas das críticas feitas por entidades sobre a gestão do prefeito Rui Palmeira no quesito mobilidade urbana.

As principais reclamações são o aumento de linhas de ônibus, retirada das catracas no modelo ‘gaiolões’ e construção de vias alternativas. “Pequenas mudanças fazem grande diferença para quem mora na periferia como eu, uma delas é o contorno na Bomba do Gonzaga, e o contorno da Feirinha do Tabuleiro, que vai sair nos Correios. Já perdi dois amigos em acidentes de moto por causa do trânsito ali”, disse o líder comunitário do Rosane Collor, André Luiz.

Edvaldo Aurélio, da Associação dos Moradores do Graciliano Ramos, cobrou mais linhas de ônibus para o bairro. Disse que só existem três e que o espaço acaba sendo ocupado pelos clandestinos. “É o clandestino que está administrando aquilo lá”, denunciou.

Toni Chicuta, do Acauã, pediu que seja concluído projeto de nova avenida passando pelo Graciliano e Benedito Bentes. “Esta obra está 90% pronta. Vai desafogar o trânsito da Via Expressa. Não sei o que está faltando para ser concluída”, disse.

Órgão expõem realidade

Selmo Oliveira, gerente do Sinart, organização que opera e mantém terminais rodoviários em todo o País, a exemplo do de Maceió, informou que foi elaborado e entregue ao município em junho, um projeto que visa solucionar o problema enfrentado pelos transportadores intermunicipais. “Observamos um cenário bem sério. Transporte complementar acaba competindo com o urbano e, por isso, hoje temos apenas 12% de utilização da Rodoviária. O transporte intermunicipal está deixando de existir. As empresas estão fechando as portas”, afirmou.

Antonio Monteiro, do Conselho Estadual de Trânsito de Alagoas (Cetran), alertou para os acidentes envolvendo motociclistas e disse que isso acontece porque “quando se tem problemas no sistema de transporte as pessoas passam a comprar moto, que é um transporte barato, gasta-se pouco combustível e é fácil de comprar. Por sua vez, os acidentes aumentam. Pesquisa revela que Arapiraca, por exemplo, é a quinta ou sexta cidade no Brasil que mais se mata por acidentes de moto”, informou.

Entidades colocam problemas

Do Sindicato dos Rodoviários, Ernandes José dos Santos falou de sua preocupação com a possível demissão de trabalhadores em decorrência da queda no número de passageiros de ônibus. “Já perdemos muitos postos de serviços. Vemos aí o risco de perder ainda mais. Isto aqui está um caos. Vai virar uma Índia”, disse.

Representando os táxis-lotação, Sergio Veloso lembrou que o serviço é regulamentado por Código existente na própria Superintendência de Transporte e Trânsito (SMTT) desde 1997, faltando apenas aprovação pela Câmara.

Número de multas registradas por radares chama atenção

De março até a segunda quinzena de Novembro deste ano, a Prefeitura de Maceió tinha registrado 137.864 infrações de trânsito porque os condutores de automóveis trafegavam com velocidade até 20% do permitido; 20.681 receberam multa pelos Correios porque foram flagrados trafegando em velocidade acima de 20% e máxima de 50%.

Esse número, soma-se com outras infrações e chega ao número de 163 mil, gerando um aumento “gordo” nos cofres da Prefeitura.

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