Júri absolve Mirella Granconato pelo crime de homicídio

O Tribunal do Júri decidiu absolver por maioria dos votos Mirella Granconato pelo crime de homicídio e condenar a menos de quatro anos por ocultação de cadáver, pela morte da estudante universitária Giovanna Tenório, em 2011. O julgamento foi realizado nesta quarta-feira (11), no Fórum do Barro Duro, em Maceió.

Mirella deverá cumprir a pena em liberdade prestando serviços prestados à comunidade. Além disso, ela foi condenada a pagar uma indenização de R$ 20 mil à família de Giovanna Tenório.

O Ministério Público Estadual de Alagoas (MPE/AL), representado pelo promotor de justiça Antônio Villas Boas, informou que irá recorrer da decisão.

O juiz John Silas, que presidiu o julgamento, informou que com a decisão do jurado, alguns pontos não ficaram esclarecidos. “Com a decisão dos jurados, eles são soberanos para decidirem, algumas coisas não ficaram de acordo com o que se espera do julgamento. Por exemplo, no crime de homicídio, eles reconheceram a autoria e a absolveram. Tudo bem, não há problema. Já no crime de ocultação do cadáver, eles reconheceram a materialidade e a autoria e não absolveram do crime. Tem alguma coisa que não está certa”.

Uma amiga da estudante Giovanna informou que a família acredita que a justiça será feita e que serão realizadas manifestações e mobilizações nas redes sociais pedindo justiça.

Depoimento

O juiz John Silas questionou Mirella sobre a motivação do assassinato pelo qual cumpria prisão domiciliar, sendo monitorada por meio de tornozeleira eletrônica. Ela negou as acusações e afirmou que havia encaminhado as mensagens ameaçadoras para Giovanna, por meio de seu telefone celular, “por desespero”.

“Foi uma infantilidade, uma decisão no calor do momento. No dia do desaparecimento eu estava trabalhando, acompanhada de clientes. De início, eu não conhecia Giovanna, mas, posteriormente, tive desavenças com ela. Mas eu só soube que ela foi morta pela mídia”, disse Mirella.

Questionada sobre o suposto envolvimento do ex-marido de Mirella, Tony Bandeira, no crime, ela afirmou não ter conhecimento de qualquer relação do empresário com a morte de Giovanna. Contudo, assegurou que, se soubesse, já teria contado algo em depoimento. Ainda em seu depoimento, ela também afirmou não conhecer o caminhoneiro Luiz Alberto Bernadino da Silva, condenado como autor material do assassinato, mas admitiu ter trocado agressões físicas com Giovanna, durante desentendimento numa casa de shows do bairro Ponta Verde, em Maceió. “Ela sempre ligava para ele e aquilo era algo que incomodava”, disse.

O crime

Giovanna foi sequestrada após sair de uma faculdade particular no bairro do Farol. Seu corpo foi encontrado dias depois, em um canavial entre as cidades de Rio Largo e Messias. A vítima mantinha, supostamente, um relacionamento com o companheiro de Mirella Graconato. A acusada foi presa em agosto de 2011.

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