Mutum-de-alagoas retorna ao Estado nesta sexta-feira

No mês em que Alagoas completa 200 anos, a primeira espécie de animal brasileira considerada extinta na natureza em toda a história retorna ao seu Estado de origem.

O Mutum-de-alagoas (Pauxi mitu) poderá ser visto 30 anos depois do último registro na natureza, nesta sexta-feira, 22, às 9h, no Centro de Educação Ambiental Pedro Nardeli, localizado na Utinga Leão, em Rio Largo.

Graças ao trabalho de monitoramento genético realizado por criadores científicos de uma organização não governamental de Minas Gerais – CRAX Brasil, Alagoas recebe o primeiro casal da espécie que participará do programa de reintrodução à natureza.

O programa faz parte do Plano de Ação Estadual do Mutum-de-alagoas, coordenado pelo Instituto para Preservação da Mata Atlântica (IPMA).

Os mutuns ficarão num viveiro de 390m² dentro do Centro de Educação Ambiental Pedro Nardeli. O CEAPN também será inaugurado nesta sexta e foi construído em parceira com a Usina Utinga, que cedeu a área onde o Centro foi construído, com o Ministério Público Estadual que, através de um Termo de Ajuste e Conduta (TAC), viabilizou os recursos para as obras, com o Grupo Pratagy, que coordenou a construção e com o IMA – Instituto do Meio Ambiente do Estado de Alagoas, que se empenhou no licenciamento do Centro.

“Além da concretização de um sonho, e de possibilitar o retorno de uma ave extinta da natureza, propicia aos alagoanos a possibilidade de conhecer ao vivo e em cores essa magnífica ave. Receber o Mutum-de-alagoas de volta estabelece um modelo de cooperação entre pessoas e instituições imbuídas de um sentimento nobre, que possibilitará que outras espécies ameaçadas possam ter a mesma chance que o mutum está tendo”, diz Fernando Pinto, presidente do IPMA.

De acordo com o IPMA, o mutum-de-alagoas é a ave de maior porte encontrada em toda a Mata Atlântica do Nordeste. É considerado um bioindicador importante, e é também um eficiente dispersor de sementes.

Sua ausência na natureza afeta toda a biodiversidade, uma vez que árvores como a mirindiba, que produz um dos frutos mais apreciados pelo mutum, tem grande dependência dele para a sua disseminação. Uma das consequências da ausência dos mutuns na floresta é a própria diminuição destas árvores, que têm a sua perpetuação comprometida pela falta dos dispersores das suas sementes.

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