As pesquisas eleitorais que têm saído ultimamente, em Alagoas, estão empolgando mais os políticos do que os eleitores. Se são dignas de confiança, o povo só terá certeza em 2018. Porém, alguns resultados parecem ter sido alterados para ressuscitar ou reforçar antigos nomes. É o caso de João Caldas, pai do deputado federal JHC. Caldas, que tem uma carreira bem questionável, parece ter tomado gosto pela ideia de disputar uma vaga ao Senado. Aliados chegaram até a balbuciar um slogan: “João Caldas, o senador do bem”.
Embalado por pesquisas na região da zona da mata, onde aparece próximo de nomes como Renan Calheiros e Teotonio Vilela Filho, João Caldas começou a articular a construção de uma terceira força para 2018. Porém, é aí que as pesquisas eleitorais começam a ser postas em xeque. Não é segredo para ninguém que o ministro do Turismo Marx Beltrão deseja concorrer ao Senado. Tanto é que Beltrão já até apareceu empatado tecnicamente com Renan Calheiros e Téo Vilela, nomes ainda fortes no Estado.
Marx Beltrão, que foi eleito deputado federal, tem a mídia nacional voltada para si. Como ministro do Turismo, ele responde pelo setor de todo o Brasil. Calheiros mostrou sua luta contra a Reforma Trabalhista, sem contar os anos de presidência do Senado. Téo Vilela é um ex-governador ainda recente e bem vívido na memória do povo. Então, seria de praxe que nomes atuantes aparecessem nas pesquisas eleitorais. No entanto, os holofotes da política estão, pelo menos por enquanto, apagados para João Caldas. Nada justifica sua aparição ao lado de grandes políticos.
Legenda do gráfico – Apenas uma pesquisa foi registrada no Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE-AL). O levantamento é da Compset,
Empresa que atua há 11 anos nos estados da Bahia, Pernambuco e Alagoas, no segmento de pesquisa de mercado e opinião
Surpresa
Levantamento revela empate técnico em disputa para Senado
Renan, Téo e Marx Beltrão encabeçam liderança
A “pesquisa” que circulou, emPalmeira dos Índios, feita pelo Instituto
Falpe, com 1.200 eleitores, entre os dias 1 e 3 deste mês, foi encomendada pela ex-prefeita de Estrela de Alagoas, Ângela Garrote. Para o Senado, Renan Calheiros ficou em 5º lugar e tem a maior rejeição entre seis citados. Quanto aos outros possíveis candidatos ao Senado, a liderança ficou com o ex-governador Téo Vilela (PSDB) 26,5%; Heloísa Helena (Rede) 19,5%; Ronaldo Lessa (PDT), 19%; Benedito de Lira (PP), 18,75%; Renan Calheiros (PMDB), 14,5%; Marx Beltrão (PMDB), 4%; e João Caldas (PSB), 1,75%.
Bastou Caldas registrar um pouco mais de um ponto percentual 
para reacender o desejo da política. Em época de crise política, Beltrão se mostrou um dos poucos candidatos sem processos nas costas. Em junho, por exemplo, a primeira turma do Supremo Tribunal Federal (STF), formada pelos ministros Roberto Barroso, Marco Aurélio, Luiz Fux, Rosa Weber e Alexandre Moraes, absolveu em votação unânime o ministro do Turismo do processo em que era acusado de falsidade ideológica.
Marx Beltrão foi denunciado pelo Ministério Público Federal (MPF), que o acusou de ter assinado comprovantes de recolhimento à Previdência Social com informações falsas, relativas à aposentadoria dos servidores da prefeitura de Coruripe, entre 2011 e 2012, quando ele era prefeito. Entretanto, a primeira tuma do STF decidiu que não há nada que desabone a conduta de Beltrão, tornando-o um político inocente nas acusações que recebeu.
A grande surpresa nas pesquisas, Beltrão tem tudo para ser o alvo de adversários políticos que gostam de “jogar sujo”.
DE OLHO
Punição pode chegar a detenção e multa
Divulgar pesquisa fraudulenta é crime
Segundo a legislação atual, os responsáveis por divulgar pesquisa 
sem o prévio registro das informações obrigatórias ficam sujeitos a multa, que varia de R$ 53.205,00 a R$ 106.410,00. Ao registrar a pesquisa, a entidade ou empresa deve, entre outros dados, informar: nome do contratante da pesquisa e seu número de inscrição no Cadastro de Pessoas Físicas (CPF) ou no Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ); valor e origem dos recursos despendidos no trabalho; metodologia e período de realização da pesquisa; plano amostral e ponderação quanto a sexo, idade, grau de instrução, nível econômico do entrevistado e área física de realização do trabalho a ser executado, nível de confiança e margem de erro, com a indicação da fonte pública dos dados utilizados.
Divulgar pesquisa fraudulenta constitui crime, punível com detenção de seis meses a um ano e multa de R$ 53.205,00 a R$ 106.410,00. A resolução trata ainda de outras práticas irregulares, estipulando as respectivas sanções.
Tramando a volta – Longe do grupos de Rui Palmeira (PSDB) e Renan Filho (PMDB), Caldas avalia que tem espaço para costurar a construção de um terceiro palanque no estado, capaz de disputar não só as eleições proporcionais, mas também majoritárias. Ele já avisou que topa disputar o Senado e agora trabalha para encontrar um nome para disputar o governo. Seu filho, JHC, apesar de aparecer bem em pesquisas para o governo, já avisou que vai disputar a reeleição para a Câmara Federal no próximo ano.
