Sem reajuste, profissionais da educação seguem com greve

A greve dos professores da rede municipal de ensino em Arapiraca vai completar dois meses no próximo domingo (9). E apesar do prejuízo aos estudantes se estender, a prefeitura alega não dispor de dinheiro em caixa para conceder o reajuste pleiteado, de 7,64%, com o Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Alagoas (Sinteal) a classificar a postura do prefeito Rogério Teófilo (PSDB) como “irresponsável”.

É o que afirma a presidente do Sinteal, Maria Consuelo, para quem o gestor já deveria ter apresentado uma proposta concreta aos profissionais da Educação.

De acordo com a sindicalista, “enquanto o prefeito não se pronuncia a respeito de uma proposta minimamente razoável, em virtude das necessidades da categoria, a paralisação vai continuar por tempo indeterminado”. Ela destaca também que, ao longo dos últimos dois meses, vários estudos apresentados ao Município indicam que a prefeitura tem, sim, condições de conceder o reajuste de quase 8%.

“A gente vê com preocupação a ausência de uma resposta para estes guerreiros que há dois meses lutam por um direito que lhes é assegurado. Enquanto a prefeitura não tenta solucionar este impasse, os alunos seguem fora das salas de aula. É preciso que haja, por parte da Prefeitura de Arapiraca, interesse em resolver a questão, levando à mesa de discussão uma proposta que satisfaça os profissionais”, explicou a presidente do Sinteal.

Ainda na visão de Maria Consuelo, a alegada falta de interesse se dá também pelo fato de os gestores municipais “terem seus filhos estudando na rede particular de ensino”. “As promessas por uma educação melhor ficaram na campanha eleitoral. Basta acompanhar a realidade que os estudantes de Arapiraca enfrentam. A prefeitura precisa dar uma resposta o quanto antes”, reforçou ela.

Desde o início da paralisação, o prefeito Rogério Teófilo afirma que, em virtude do crise econômica nacional, somada à queda da arrecadação e às dívidas que alega ter herdado, o percentual máximo a ser ofertado aos trabalhadores seria de 2,33%, sob pena de o Município infringir a Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF).

O Sinteal, no entanto, argumenta que há condições de se garantir o percentual pleiteado por meio dos repasses do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb). A prefeitura, por sua vez, assegura seguir aberta ao diálogo. “A prefeitura continuará trabalhando incansavelmente para a retomada das aulas, convidando, mais uma vez, os professores a retornarem às suas atividades, repondo os dias parados e evitando prejuízos irreparáveis aos estudantes, que são o futuro da nossa gente”, diz trecho de nota encaminhada à imprensa.

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