Chuvas expõem os fracassos da administração de Rui Palmeira

As chuvas ainda caem em Alagoas causando estragos e preocupação. Só em Maceió sete pessoas morreram por causa de deslizamentos. Em uma das fatalidades, várias pessoas da mesma família, incluindo uma bebê de seis meses, acabaram morrendo.

Maceió superou o volume de precipitações esperado para o mês de maio. Essa é a primeira vez em quatro anos que a média de chuvas esperada para o período é superior ao previsto pelos órgãos de monitoramento.  De acordo com a Defesa Civil, estavam sendo estimados 382,2 milímetros, no entanto, esse volume já chegou a 414,6mm, 8% a mais que o previsto. A intensidade das chuvas revelou o que muitos já sabiam: Maceió é uma capital despreparada e sem estrutura para evitar alagamentos.

Durante uma semana, entre os dias 21 e 27 de maio, a Defesa Civil re­gistrou um total de 354 ocorrências. Ruas alagadas, árvores caídas, desmoronamentos e vias interditadas. A Secretaria Municipal de Limpeza Urbana (Slum) recolheu mais de mil toneladas de lixo na última semana em Maceió. Apenas no Riacho Salgadinho, mais de 250 toneladas de lixo foram recolhidas durante este período de fortes chuvas.

“Mesmo com a redução do vo­lume das chuvas, sempre lembramos às pessoas que estão nas áreas de extremo risco que as barreiras continuam encharcadas e ainda há o risco de acidentes. Então, um apelo que temos feito repetidamente é que elas deixem esses locais e nos procurem para que possamos acolhê-las com o aluguel social e cadastrá-las no programa Minha Casa, Minha Vida a fim de que recebam até o final do ano uma moradia digna”, pontuou o gestor.

OPINIÃO

A culpa é do Poder Público

Como seres humanos que somos, gostamos de culpar “a força da natureza” pelos problemas enfrentados nas cidades onde vivemos. Mas as chuvas não têm culpa de termos cidades impermeabilizadas e sem sistemas eficientes de drenagem.

Bueiros entupidos pelo lixo limitam ainda mais as precárias redes de águas pluviais, enquanto rios contaminados pelo despejo diário de esgoto sem tratamento transbordam, cercando cidadãos perplexos em meio à sujeira. Culpa de São Pedro? Os transtornos das chuvas dão a dimensão do tamanho do atraso do Brasil no saneamento básico.

É claro que não podemos esperar que os governos controlem as chuvas, mas devemos exigir que sejam tomadas medidas para combater e minimizar as conseqüências de períodos chuvosos e que o povo pobre não seja obrigado a pagar com a vida pela falta de planejamento urbano e pelo lucro dos especuladores imobiliários.

E quem mora na periferia? Tem que conviver com a constante ameaça de ver tudo o que conquistou ser arrastado pelo barranco e ainda por cima ter que ouvir pela televisão que ele não deveria estar ali. Ora, quem pode escolher não vai querer morar em cima ou embaixo de um barranco ameaçado de deslizamento.

 

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