Foragido, ex-vice-prefeito de Canapi desviou R$ 5 mi da prefeitura, revela PF

O ex-vice-prefeito do município de Canapi, no Sertão de Alagoas, Genaldo Vieira, é considerado foragido da Justiça. Um dos alvos da operação Deusa da Espada, da Polícia Federal (PF), ele tem mandado de prisão preventiva em aberto, expedido pela juíza Camila Monteiro Pullin Milan, titular da 11ª Vara da Justiça Federal, subseção judiciária de Santana do Ipanema/AL, e ainda não foi localizado.

A investigação apontou que ele transferiu, em dezembro do ano passado, cerca de R$ 5 milhões dos cofres públicos de maneira ilícita.

Detalhes sobre o esquema que deve ter desviado R$ 17 milhões da prefeitura de Canapi foram repassados em entrevista coletiva, no fim da manhã desta sexta-feira (12), na sede da Superintendência da Polícia Federal (PF) em Alagoas.

A investigação revelou o ex-vice-prefeito Genaldo Vieira resistiu a ingressar no esquema, inicialmente, mas logo mudou de ideia e fez as transações bancárias ilegais no fim do ano passado. Do montante transferido da prefeitura, R$ 200 mil foram parar na conta de uma empresa que contratou três bandas para as festas de fim de ano e R$ 260 mil na conta do ex-prefeito afastado, no caso Celso Luiz Tenório Brandão, preso na operação deflagrada pela PF nesta sexta-feira.

As penas pelos crimes de lavagem de dinheiro, desvio de verbas federais, organização criminosa e fraude à lei de licitações, se somadas, podem alcançar 44 anos de reclusão. O ex-prefeito Celso Luiz foi detido em Maceió e não ofereceu resistência, conforme revelou o superintendente da PF em Alagoas, Bernardes Gonçalves Torres.

Já Genaldo Vieira, conhecido como Vieira do Povão, até o momento não foi preso e nem se apresentou espontaneamente. Agora os ex-secretários Jorge Valença e Carlos Alberto estão na Justiça Federal de Santana do Ipanema, para audiência de custódia.

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Durante coletiva, Polícia Federal deu detalhes da operação

Bermudas

Esta é a segunda fase da operação Triângulo das Bermudas e teve como objetivo o cumprimento de três mandados de prisão preventiva e diligências nos municípios de Canapi/AL, Mata Grande/AL, Santana do Ipanema/AL, Maceió/AL e Aracaju/SE.

A ação objetiva desarticular uma organização criminosa responsável por um prejuízo que chega a R$ 17 milhões, dinheiro oriundo do antigo Fundo de Manutenção e Desenvolvimento do Ensino Fundamental e de Valorização do Magistério (Fundef) e de outros programas do governo federal na área de educação, que foi depositado pela União nas contas da prefeitura de Canapi, entre 2015 e 2016.

Além dos desvios que foram apurados na primeira fase da operação policial, constatou-se a continuidade das ações criminosas a cargo do grupo, a partir da liberação de valores remanescentes do fundo nos últimos dias da gestão do ex-prefeito Celso Luiz, o qual assumira a gestão da cidade após afastamento do seu antecessor, determinado judicialmente.

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