Arthur, Nivaldo e Pedro Vilela vão pedir emprego ao eleitor em 2018

Três deputados federais de Alagoas, herdeiros de políticos, votaram a favor da Reforma Trabalhista. A aprovação, que ocorreu na quarta-feira, 26, em Brasília, é considerada pelos sindicalistas como um sinal da extinção da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT.

Os parlamentares: Nivaldo Albuquerque, filho do deputado estadual, Antonio Albuquerque; Arthur Lira, filho nivaldo-albuquerque-11do senador Benedito de Lira; e Pedro Vilela, sobrinho do ex-governador Téo Vilela; foram os únicos dos nove deputados federais de Alagoas que foram a favor da reforma.

Segundo Albuquerque, “a legislação trabalhista data da década de 40. De lá pra cá – mais de 70 anos depois – muito foi modificado nas relações trabalhistas. Então, nada mais justo do que avançarmos também e elaborarmos uma reforma que modernize nossa CLT”, explicou em rede social.

O argumento semelhante de Arthur Lira: “a reforma trabalhista, por exemplo, precisa ser feita para se rever normas de 1940. A gente não pode estar em 2017 trabalhando com a legislação de 1940 em um mercado extremamente agressivo que é o trabalhista”, disse.

pedro-vilela-02Já Pedro Vilela deu sua posição sobre a contribuição sindical, que é um dos pontos da reforma: “um imposto que serve para sustentar dirigentes sindicalistas que muitas vezes não fazem um bom papel, não representam os trabalhadores e, ainda assim, mesmo quando o trabalhador nem é filiado à entidade, é obrigado a pagar. São mais de 17 mil sindicatos no Brasil sustentados por esse absurdo”.

Embora o discurso seja lapidado, sindicalistas de Alagoas afirmam que não irão perdoar a atitude dos deputados federais. Assim que anunciada como seria a reforma, os trabalhadores reagiram. Para o presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de Alagoas (Sindmetal), Jobson Torres, a medida é intolerante.

“Antes de Vargas a jornada de trabalho era de 12 horas semanais. Esse governo que voltar à escravidão. As pessoas não vão ter o direito de viver, somente de trabalhar? A escravidão já foi abolida na época do presidente Getúlio Vargas. Nossa luta é pela redução da jornada sem afetar o salário e não o contrário”.

À época, a presidente do Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Alagoas (Sinteal), Consuelo Correia, também se pronunciou. “Onde vai ficar a qualidade de vidas dos trabalhadores? Nossa luta sempre foi reduzir a jornada de trabalho. Se a medida for aprovada significará um prejuízo para os trabalhadores e pessoas adoecidas ainda mais do que já são. Essas propostas são vantajosas, mas somente para os empregadores que vão consequentemente ampliar a sua fortuna”.

Contrariando a orientação da bancada, o deputado Cícero Almeida (PMDB), mesmo partido de Michel Temer e autor da proposta, votou contra o texto. Acompanharam o voto de Almeida, os deputados Givaldo Carimbão (PHS), João Henrique Caldas (PSB), Paulo dos Santos, o Paulão (PT), Ronaldo Lessa (PDT) e Roseane de Freitas, a Rosinha da Adefal (PTdoB).

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