Collor ‘Roxinho’ exigiu R$ 800 mil em propina da Odebrecht

O ex-presidente e senador de Alagoas Fernando Collor de Mello (1990-1992) faz parte da lista de 29 senadores que serão investigados por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF) por suspeita de receber dinheiro ilícito do grupo Odebrecht e, em troca, atuar em benefício da empresa no Poder Legislativo. O senador do PTC de Alagoas é acusado de receber R$ 800 mil de propina e caixa 2 para sua campanha de 2014.

Nos depoimentos dos executivos Fernando Luiz Ayres da Cunha Santos Reis e Alexandre José Lopes Barradas consta que o valor foi pago pelo Setor de Operações Estruturadas do Grupo Odebrecht, que controlava os pagamentos de propinas à políticos. Nos arquivos, Collor é chamado de ‘Roxinho’.

Em seu despacho, o ministro Edson Fachin faz questão de citar o seu antecessor, o ministro Teori Zavascki, morto em um acidente aéreo, e adotar o mesmo estilo de trabalho, retirando o sigilo dos autos desde que não prejudique as investigações. “As particularidades da situação evidenciam que o contexto fático subjacente, notadamente o envolvimento em delitos associados à gestão da coisa pública, atraem o interesse público à informação e, portanto, desautorizam o afastamento da norma constitucional que confere predileção à publicidade dos atos processuais”, disse.

Lamborghini

Não é a primeira vez que Collor aparece nas investigações da Operação Lava Jato.

Em julho de 2015, a Polícia Federal deflagrou a Operação Politéia, a primeira no âmbito dos inquéritos abertos pelo STF para apurar suposto envolvimento de políticos com foro privilegiado no esquema de desvios de dinheiro na Petrobrás.

Investigadores fizeram buscas na Ca­sa da Dinda, residência do ex-presidente Collor em Brasília, e apreendeu veículos de luxo, como Lamborghini e Ferrari.

Além dele, a operação focou também nos senadores Ciro Nogueira (PP-PI), Fernando Collor (PTB-AL) e Fernando Bezerra Coelho (PSB-PE). Também foram alvos o deputado Eduardo da Fonte (PP-PE), o ex-ministro das Cidades Mário Negromonte e o ex-deputado João Pizzolatti (PP-SC).

Segundo a PF, foram apreendidos documentos, joias e dinheiro nos locais. A soma de dinheiro em espécie foi de R$ 4 milhões, US$ 45 mil e 24,5 mil. Em fevereiro deste ano, à pedido do procurador da República Rodrigo Janot, Fachin arquivou as investigações contra Collor na operação.

Em seu despacho, o ministro disse que “à exceção das hipóteses em que o procurador-geral da República formula pedido de arquivamento de Inquérito sob o fundamento da atipicidade da conduta ou da extinção da punibilidade, é pacífico o entendimento jurisprudencial desta Corte considerando obrigatório o deferimento da pretensão, independentemente da análise das razões invocadas. Trata-se de decorrência da atribuição constitucional ao procurador-geral da República da titularidade exclusiva da opinio delicti a ser apresentada perante o STF.”

Na ocasião, Fachin encaminhou a parte restante do inquérito onde suspeitos sem foro privilegiado são acusados de fazer parte do esquema para a 13.ª Vara Federal de Curitiba.

À imprensa Collor disse: “nego, de forma veemente, haver recebido da Odebrecht  qualquer vantagem indevida não contabilizada na campanha eleitoral de 2010.”

SEM SACO ROXO

A declaração foi feita por Collor após uma manifestação de protesto contra o governo

Na presidência, Collor disse que tinha nascido com “aquilo roxo”

Em 3 de abril de 1991, o então presidente Fernando Collor de Mello afirmou, em uma solenidade em Juazeiro do Norte que tinha nascido com “aquilo roxo”.

A expressão, empregada no Nordeste, é utilizada para designar virilidade e coragem. Diz-se que uma criança tem “saco roxo” quando se deseja enfatizar sua força e masculinidade.

A declaração foi feita por Collor após uma manifestação de protesto contra o governo organizada pelos partidos de oposição (PT, PSB, PDT, PC do B).

Cerca de 50 manifestantes seguravam faixas com os dizeres: “Fora Collor”, “Pela derrubada do governo Collor”, “Governo collorido, Brasil em preto e branco”. Policiais e seguranças do presidente retiraram as faixas e espancaram dez manifestantes. O tumulto durou 20 minutos.

Collor discursou após a confusão: “Não nasci com medo de assombração, não tenho medo de cara feia. Isso o meu pai já me dizia desde pequeno, que havia nascido com aquilo roxo, e tenho mesmo, para enfrentar todos aqueles que querem conspirar contra o processo democrático”, declarou.

O então presidente discursou ao lado do então governador do Ceará, Ciro Gomes (PSDB), e de frei Damião. Naquele dia, Collor distribuiu cestas básicas a pessoas carentes e anunciou a liberação de diversas verbas para o Nordeste (Cr$ 15 bilhões para o crédito agrícola, Cr$ 900 milhões para criação de empregos, Cr$ 6,1 bilhões para o abastecimento de água).

DESGOVERNO DO PSDB

A declaração foi feita por Collor após uma manifestação de protesto contra o governo

Na presidência, Collor disse que tinha nascido com “aquilo roxo”

Em 3 de abril de 1991, o então presidente Fernando Collor de Mello afirmou, em uma solenidade em Juazeiro do Norte que tinha nascido com “aquilo roxo”.

A expressão, empregada no Nordeste, é utilizada para designar virilidade e coragem. Diz-se que uma criança tem “saco roxo” quando se deseja enfatizar sua força e masculinidade.

A declaração foi feita por Collor após uma manifestação de protesto contra o governo organizada pelos partidos de oposição (PT, PSB, PDT, PC do B).

Cerca de 50 manifestantes seguravam faixas com os dizeres: “Fora Collor”, “Pela derrubada do governo Collor”, “Governo collorido, Brasil em preto e branco”. Policiais e seguranças do presidente retiraram as faixas e espancaram dez manifestantes. O tumulto durou 20 minutos.

Collor discursou após a confusão: “Não nasci com medo de assombração, não tenho medo de cara feia. Isso o meu pai já me dizia desde pequeno, que havia nascido com aquilo roxo, e tenho mesmo, para enfrentar todos aqueles que querem conspirar contra o processo democrático”, declarou.

O então presidente discursou ao lado do então governador do Ceará, Ciro Gomes (PSDB), e de frei Damião. Naquele dia, Collor distribuiu cestas básicas a pessoas carentes e anunciou a liberação de diversas verbas para o Nordeste (Cr$ 15 bilhões para o crédito agrícola, Cr$ 900 milhões para criação de empregos, Cr$ 6,1 bilhões para o abastecimento de água).

Téo Vilela também não escapou das acusações de delatore

Fireman e Teo Vilela teriam recebido “comissão” pelo Canal do Sertão

O ministro Edson Fachin, relator da Ope­ração Lava Jato no Supremo Tribunal Fe­deral (STF), pediu a abertura de in­qué­rito contra oito ministros do governo Te­mer, 29 senadores e 42 deputados fede­ra­is, entre eles os presidentes das duas Casas.

Com a quebra do sigilo surgiram no­vos nomes conhecidos na política ala­go­a­na, citados pelos delatores da Odebrecht, en­tre eles o ex-governador Teotonio Vilela Fi­lho, do ex-secretário de Infraestrutura (atu­almente no Ministério da Saúde) Mar­cos Fireman e ex-assessores.

Conforme a documentação, “os colaboradores narram tratativas levadas a efeito entre os anos de 2009 e 2010 com Ricardo Aragão, interlocutor do Secretário de Infraestrutura do Estado de Alagoas, com o objetivo de realizar um acordo de mercado entre as empresas que participariam da obra canal do sertão alagoano. Entabulado o referido ajuste, houve a solicitação de pagamento de propina a diversos agentes públicos, dentre eles o então governador do Estado de Alagoas, Teotônio Vilela, ao então secretário Marco Antônio Fireman e a Fernando Nunes, fixando-se o percentual de 2,25% do total do contrato”.

Além desses pagamentos, foi infor­ma­do o repasse ao senador da República Jo­sé Renan Vasconcelos Calheiros de R$ 500.000,00 (quinhentos mil reais) em es­pé­cie, fato tratado em reunião no Hotel Ra­disson, em Alagoas. A quantia foi dis­ponibilizada pelo Grupo Odebrecht por intermédio de operação não contabilizada e registrada pelo Setor de Operações Es­tru­turadas no sistema “Drousys”.

Em nota à imprensa, Fireman negou qual­quer participação. “Meu nome na lis­ta de investigados, meu nome aparece em um depoimento que supostamente o Sr. Ri­cardo Aragão, Superintendente do Ca­nal do Sertão na época teria falado em meu nome, situação a qual desconheço”, dis­se.

Declarou ainda que o contrato da Ode­brecht estava apenas iniciando. Era o 4º trecho do Canal: “Não foi na minha ges­tão que a Odebrecht executou a obra. Que­ro ressaltar que minha passagem pela se­cretaria foi marcada por um trabalho sé­rio. Desafio qualquer delator a provar que te­ve alguma tratativa comigo de propina ou qualquer outro tipo de ilicitude”. “Essa es­tratégia deliberada de colocar a maior quan­tidade de pessoas nesse caso tem o ob­jetivo de confundir a opinião pública e ten­tar desmoralizar pessoas de bem que contribuíram com o desenvolvimento do nosso estado com muito trabalho”, declarou Fireman.

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