Justiça processa Arthur Lira por participar do “oba oba” da Petrobras

A força-tarefa da operação Lava Jato pediu nesta quinta-feira o pagamento de 2,3 bilhões de reais em ação de improbidade administrativa movida contra o Partido Progressista (PP), na primeira ação do tipo contra uma sigla partidária, e afirmou que é possível que outros partidos envolvidos na operação sejam alvo de pedidos semelhantes.
A quantia diz respeito a danos materiais causados no montante de 460,6 milhões de reais, ao valor de dano moral do dano material na mesma quantia, e a uma multa civil no valor de 1,38 bilhão de reais.
Além do pedido de pagamento bilionário contra o partido, acusado pelos procuradores de receber 296 milhões de reais em propinas do esquema de corrupção da Petrobras de 2004 a 2014, a força-tarefa também pediu que dez políticos entre atuais e ex-deputados federais da legenda e um assessor sejam punidos com a perda de cargos, direitos políticos e até perda do regime especial de aposentadoria.
A ação movida nesta quinta-feira se baseia em dois esquemas de corrupção identificados pelos investigadores. Um deles envolvendo contratos na diretoria de Abastecimento da estatal e um segundo ligado à atuação dessa diretoria em favor da Braskem, que tem como uma de suas controladoras a Odebrecht.
Segundo apresentação do Ministério Público Federal, as investigações concluíram que o esquema tinha um grupo de liderança do PP –composto por Pedro Correa (PE), Pedro Henry (MT), João Pizzolatti (SC), Mario Negromonte (BA), Nelson Meurer (PP) e o ex-assessor João Genu– e uma bancada que recebia “mesadas”, composta por Otávio Germano (RS), Roberto Britto (BA) e Luiz Fernando Faria (MG). Arthur Lira (AL) também teria recebido pagamentos de outras formas.
OUTROS POLÍTICOS
Procuradores afirmaram que outras 21 pessoas ligadas ao PP também receberam propinas
PP seria formado por “quadrilha da propina”
Além dos dez políticos e do assessor citados nominalmente no pedido de abertura de ação de improbidade, os procuradores da Lava Jato afirmaram que outras 21 pessoas ligadas ao PP também receberam propinas, mas não tiveram os nomes mencionados no pedido de ação desta quinta, pois as investigações ainda estão em andamento.
Dallagnol afirmou que neste grupo há políticos detentores de mandato.
Em nota, o PP negou irregularidades em doações recebidas e disse não compactuar com condutas ilícitas.
“O Partido Progressista reitera que todas as doações recebidas foram legais e devidamente declaradas e aprovadas pela Justiça Eleitoral. Reafirma, ainda, que não compactua com condutas ilícitas e confia na Justiça para que os fatos sejam esclarecidos”, afirma a nota.
O PP faz parte da base do presidente Michel Temer. O ministro da Saúde, Ricardo Barros, é do partido, assim como o líder do governo na Câmara dos Deputados, Aguinaldo Ribeiro (PB).

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